Título: 'O que importa é o momento'
Autor: Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 28/09/2011, O País, p. 13

Relator do caso Jaqueline Roriz, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) voltará a defender a punição para casos passados.

É possível julgar um deputado por ato que cometeu antes de assumir o mandato ?

CARLOS SAMPAIO: Se o sujeito passivo de uma ação indecorosa é o Parlamento, qual é o momento em que o Parlamento pode definir se aquela conduta é ou não indecorosa? No momento em que tem ciência dele. Se o fato permaneceu anos ocultos e veio à luz quando o parlamentar exerce seu mandato, é neste momento que posso dizer se o Parlamento teve ou não sua imagem maculada. Não importa o momento em que foi praticado, o que importa é o momento que o Parlamento teve ciência.

Mas vale para qualquer ato indecoroso cometido no passado? Há deputados que respondem a processo e temem que essa tese seja levada adiante.

SAMPAIO: Não. Os que estão sendo processados ou foram processados por ato de improbidade, criminalmente, são fatos notórios, conhecidos.

No caso Jaqueline, foram 11 votos a favor de sua tese e três contra. Acredita que continuará tendo apoio?

SAMPAIO: Acredito. O Parlamento não pode perder a oportunidade de manifestar-se sobre os que ocultaram crimes por anos e que vieram à luz quando estavam no Parlamento.