Título: Religião e sexo no meio da polêmica
Autor: Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 06/10/2011, O País, p. 3

BRASÍLIA. O projeto do Estatuto da Juventude causou polêmica na bancada religiosa. O texto estabelece que "o jovem não será discriminado por sua orientação sexual, idioma ou religião". Evangélicos e católicos não gostaram dos termos e a relatora Manuela D´Ávila (PCdoB-RS) negociou mudanças.

O texto aprovado determina que o direito à igualdade compreende a "inclusão de temas relacionados à sexualidade nos conteúdos curriculares, respeitando a diversidade de valores e crenças". A bancada evangélica só concordou com esse item após a inclusão expressa de que será respeitada a diversidade de valores e crenças.

O projeto diz que o direito à igualdade assegura a inclusão de temas sobre "questões raciais, de gênero e de violência doméstica (?) na formação dos profissionais de Educação, Saúde, de Segurança Pública e dos operadores de direito. Em contrapartida, foi retirado artigo que tratava especificamente da "orientação ou identidade sexual". Expressões mais específicas sobre gênero foram substituídas por termos genéricos, falando em "igualdade" ou contra "todas as formas de discriminação".

O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), considerou o texto um avanço:

- Garante o direito da comunidade escolar LGBT.

Já o deputado João Campos (PSDB-GO), da bancada evangélica lamentou que o texto não frise as responsabilidades dos jovens para com a família, por exemplo.

- Concordamos com o tratamento de temas relacionados à sexualidade, na medida em que se colocou que haverá o respeito por valores e crenças, ou seja, passa pelo crivo da sociedade. Mas estão os direitos e não as responsabilidades dos jovens.