Título: Haddad defende mais recurso para Educação
Autor: Bruno, Cássio
Fonte: O Globo, 11/10/2011, O País, p. 10

Ministro pede também fim do vestibular e diz que para fazer política de Estado é preciso dialogar com a oposição

Pré-candidato petista à Prefeitura de São Paulo, o ministro da Educação, Fernando Haddad, voltou a defender ontem uma reforma no ensino médio e investimentos no setor entre 7% e 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país - segundo ele, atualmente, gira em torno de 5%. No Rio para um evento na Fundação Getulio Vargas (FGV), ele ressaltou a importância de haver diálogo com a oposição e evitou falar sobre as eleições 2012, para a qual tem apoio do ex-presidente Lula na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

- Não vai ser menor que 7% nem mais que 10%. O Congresso deve dar a última palavra nas próximas semanas, e eu entendo que o Brasil terá dado um passo muito importante se fixar um número próximo a esse. A média dos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) é de 5%, mas o PIB é maior e a dívida na Educação é menor que a nossa - afirmou o ministro, no seminário "Pensando o Desenvolvimento do Brasil - Desafios e Perspectivas para Educação Básica", na FGV.

O percentual de investimentos previsto faz parte do projeto do Plano Nacional de Educação para a década de 2011 a 2020, que, atualmente, está na Câmara dos Deputados. A proposta, no entanto, já havia sido aprovada há 10 anos, mas fora vetada durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Em seu discurso, Haddad declarou que "ainda precisa desatar o nó do ensino médio". E voltou a criticar o vestibular como meio de acesso à universidade:

- Queremos acabar com o vestibular. É um mal para a educação brasileira - afirmou, considerando que já existe uma substituição em curso, por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Ao defender a aprovação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, que ainda espera aval do Senado, Haddad lembrou que é preciso dialogar com a oposição:

- É um projeto que contou com apoio da oposição (na Câmara). Mostra que estamos tentando fazer políticas de Estado, sempre no diálogo com partidos que não são da base, para que não haja risco de descontinuidade - afirmou, citando que já conseguiu aprovar, com o apoio da oposição, duas emendas e mais de 50 projetos.