Título: Indefinições adiaram compra de radares
Autor: Vasconcellos, Fábio
Fonte: O Globo, 23/10/2011, Rio, p. 19

Inea tinha dúvidas sobre melhor modelo e pontos de instalação

A previsão era setembro, mas agora o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) já sabe que a licitação internacional para compra dos dois radares meteorológicos do estado ficará para o início de 2012. Caso tudo ocorra dentro do planejado, os equipamentos só deverão ser instalados no início do segundo semestre do próximo ano. Entre os fatores que levaram à demora na aquisição dos radares, segundo o Inea, estão a definição do melhor modelo para o Rio e do local onde eles serão instalados (Macaé e Guaratiba).

- A compra de radares é um procedimento novo, que requer um certo consenso sobre o tipo de tecnologia mais adequada. Consultamos vários técnicos, inclusive do Ministério da Tecnologia, até chegarmos ao modelo mais apropriado. Os dois radares são o que há de mais moderno nessa área e têm grande poder de previsão. Nesse período, também estávamos em negociação com o Banco Mundial que vai financiar parte da compra - diz a presidente do Inea, Marilene Ramos.

Os dois radares terão alcance de 240 km, para previsão do volume de chuva, e de até 450 km, para formação de nuvens. Segundo o Inea, eles cobrirão todo o Estado do Rio, além das cabeceiras do Paraíba do Sul, em São Paulo, e dos rios Pomba e Muriaé, em Minas Gerais e parte do Espírito Santo. O investimento nos equipamentos é de US$8 milhões.

A demora para levar adiante obras de recuperação de áreas na Região Serrana que podem evitar ou reduzir danos causados por novas chuvas ocorre também nos projetos da Secretaria estadual de Obras. Há cerca de cinco meses, o órgão trabalha na identificação de áreas críticas e na elaboração de projetos para a região. Mesmo assim, o dinheiro para futuras iniciativas não será do governo do estado. Na quinta-feira, a secretaria obteve sinal verde do Ministério do Planejamento para liberação de cerca de R$333 milhões. Os recursos vão se somar aos outros R$150 milhões que o governo federal já havia repassado para o governo do Rio recuperar as áreas atingidas.

- Identificar as áreas, fazer os projetos e conseguir o dinheiro em cinco meses é um recorde. Temos que lembrar que tudo isso foi feito em paralelo aos trabalhos de recuperação das cidades - afirma o secretário estadual de Obras, Hudson Braga.