Título: OCDE: Brasil terá mais inflação e menos crescimento
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Fonte: O Globo, 27/10/2011, Economia, p. 27

BRASÍLIA. O Brasil soube usar as armas certas para enfrentar a crise internacional e, graças a isso, conseguirá crescer 3,6% em 2011, afirma o relatório sobre o país divulgado ontem pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). No entanto, diante do agravamento do quadro externo e dos esforços do governo para conter a inflação em 2011, o estudo prevê a manutenção do PIB brasileiro abaixo de seu potencial nos próximos dois anos: 3,5% em 2012 e 4% em 2013.

O documento mostra a OCDE ainda mais pessimista do que o mercado financeiro com o quadro inflacionário e prevê que até 2013 o país estará longe do centro da meta, que é de 4,5%: o IPCA de 2011 foi estimado em 6,5%, caindo para 6,2% em 2012 e 5,1% em 2013.

- Há inconsistências macroeconômicas nas projeções da OCDE. Ela olha (os dados) para trás e minimiza a capacidade do Brasil de lidar com dificuldades futuras. Mas o Brasil já mostrou que tem plenos instrumentos de política econômica para lidar com a crise - defendeu o secretário de Política Econômica da Fazenda, Márcio Holland.

A OCDE afirmou que usa a mesma metodologia para todos os seus países membros.

Para assegurar o crescimento nos próximos anos, a OCDE diz que o Brasil deverá continuar o ajuste fiscal, abrir caminho para mais investimentos privados e realizar reformas urgentes como a da Previdência. (Martha Beck)