Título: Ana Arraes assume vaga no TCU
Autor: Fabrini, Fábio
Fonte: O Globo, 27/10/2011, O País, p. 19

Ao tomar posse, ela prometeu ser "implacável no combate à improbidade"

BRASÍLIA. A ex-líder do PSB na Câmara dos Deputados, Ana Arraes (PE), assumiu ontem vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). Ela é a segunda mulher a ocupar o cargo de ministra da Corte e terá pela frente a tarefa de fiscalizar obras e finanças da administração pública federal. Mesmo em meio à crise política com a saída do ministro do Esporte, Orlando Silva, a presidente Dilma Rousseff prestigiou a cerimônia de posse.

Ana Arraes ocupará a cadeira deixada por Ubiratan Aguiar, que se aposentou este ano. A indicação para a vaga cabe à Câmara. A disputa foi acirrada, mas Ana contou com a influência do filho, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), na campanha, elegendo-se com 222 votos. A primeira ministra do TCU foi Élvia Lordello, nomeada em 1987.

A posse foi prestigiada por inúmeras autoridades, entre elas políticos investigados por desvios de verba pública, como o deputado Paulo Maluf (PP-SP).

- Chego ao TCU para cerrar fileiras, sem tréguas, em defesa dos dinheiros públicos - prometeu Ana Arraes, acrescentando: - Digo-o sem assombros: serei implacável no combate à improbidade e ao crime.

A nova ministra é advogada e, em seu segundo mandato como deputada federal, foi titular da Comissão de Defesa do Consumidor e vice-líder do bloco PSB-PTB-PCdoB. É filha do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, que morreu em 2005.

Egressa da base aliada, mas agora na condição de fiscal do governo, Ana Arraes elogiou a presidente Dilma e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.

- Minhas homenagens também à presidenta Dilma Rousseff, que vem dignificando a mais alta magistratura do país com espírito público e firme comando, dando seguimento ao momento extraordinário vivido pelo Brasil. O lema do seu governo de que país rico é país sem pobreza é um primor de compromisso com o enfrentamento dessa verdadeira chaga social - comentou, referindo-se, em seguida, a Lula como "filho do povo, que, com seu governo, deu demonstrações de talento político e de uma obra administrativa que mudou o Brasil".

A presidente não discursou. Após a solenidade, cumprimentou a nova ministra e retornou ao Planalto. Nos discursos, houve brincadeiras com a chegada de uma mulher ao plenário:

- Com a presença de uma mulher, não dá para fazer piada indecente - soltou o procurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Furtado.