Título: Avanços em saneamento e transporte
Autor:
Fonte: O Globo, 03/11/2011, Economia, p. 19

ONU aponta soluções que reduzem custos de benefícios sociais

RIO e BRASÍLIA. O relatório afirma que o Brasil fez avanços importantes na área de saúde ao expandir o acesso de sua população a água e saneamento. O documento ressalta que a expansão da rede de saneamento foi possível graças a investimentos em inovação que tornaram possíveis a implantação de redes de esgoto com custo mais baixo em larga escala, beneficiando um grande número de pessoas. O relatório cita especificamente o caso de Brasília, onde a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) conseguiu estender a cobertura para 98% da população.

"Brasília desenvolveu sistemas de esgotos residenciais que usam tubos finos instalados a menor profundidade, em vez da construção convencional mais dispendiosa", afirma o texto.

Segundo o gerente de Apoio Comunitário da Caesb, Cesar Rissoli, esse sistema, conhecido como condominial, reduz o custo da instalação da rede de esgoto em mais de 50% e vem sendo usado no Distrito Federal desde 1991, o que ampliou de sobremaneira a possibilidade de se universalizar este serviço:

- O sistema antigo de esgoto era feito por meio da ligação de cada casa com tubulações enormes colocadas no meio das ruas a grandes profundidades. Mas esse é um sistema ultrapassado. O que se usa hoje aqui interliga as residências por meio de tubulações que podem ser colocadas perto de calçadas a distâncias menos profundas. Isso é mais barato e mais eficiente - afirmou.

Segundo Rissoli, o sistema já beneficiou 1,1 milhão de habitantes no DF. Um deles é o carpinteiro Isaac de Sousa. Morador da cidade satélite de Ceilândia, ele ainda não terminou de construir sua casa, mas já tem uma ligação entre o local e a rede de coleta da Caesb:

- A nossa situação melhorou muito com a instalação da rede de esgoto. A fossa junta tudo quanto é tipo de bicho e de doença, só me trouxe prejuízo.

Relatório elogia imposto sobre operações cambiais

A criação de um programa de proteção social com transferência de recursos é destaque. Tanto o Brasil - com o Bolsa Família - como o México - com o Oportunidades -, segundo o relatório, conseguiram, gastando apenas 0,4% dos PIBs atender cerca de um quinto das suas populações.

O relatório ainda elogia o caminho tomado pelo país de criação de tributos sobre operações cambiais, que reduzem a volatilidade no mercado financeiro, dando mais estabilidade para a economia. Assim como o Brasil, Bélgica e França já tem essa norma. Chile, Japão, Noruega e Espanha são citados pelo Pnud como países que estão nessa direção.

O Brasil é citado ainda como um dos países que tem menos pessoas que sofrem com problemas ambientais.