Título: Até superintendente se assusta com problemas
Autor: Milhorance, Flávia
Fonte: O Globo, 29/10/2011, Rio, p. 21

Dirigente da Infraero reconhece que Galeão não está no nível desejado e pede desculpas por escadas rolantes paradas

Elevadores e escadas rolantes parados, banheiros com sanitários e torneiras defeituosos, fiação exposta, sinalização insuficiente e até casas de marimbondo no lugar de lâmpadas estão entre as principais deficiências encontradas no Aeroporto Internacional Tom Jobim durante a série de reportagens que vem sendo publicada há uma semana pelo GLOBO. Problemas de manutenção com os quais o superintendente da Infraero no Galeão, Abibe Ferreira Júnior, admite ter se assustado ao assumir o cargo, em abril. Ele informou que já multou a empresa terceirizada responsável pela limpeza.

- Vou dizer uma coisa: quando assumi o Galeão, eu me assustei com algumas coisas. E vou confessar que o aeroporto não está no nível que se deseja, mas estamos trabalhando - disse Abibe.

Os serviços de manutenção - como limpeza e instalação elétrica - são realizados por empresas terceirizadas, escolhidas por licitação pela Infraero, à qual cabe a fiscalização dos serviços.

- A gente procura ser extremamente rigorosa. Há um contrato com a empresa e, se constatarmos deficiência na operação, a Infraero pune - disse Abibe. - Esta semana mesmo multamos a empresa Verzani, de limpeza do Galeão, por constatarmos que ela não estava realizando o serviço de forma eficiente.

Ele informou ainda que foi feita uma licitação para a troca de todas as 58 escadas rolantes do Tom Jobim até 2013. Do total, 24 já foram entregues, mas ainda não instaladas. Ontem, O GLOBO constatou que a escada que vai do estacionamento ao terceiro andar do Terminal 1 continua inoperante, como verificado no início da semana. Já das quatro escadas rolantes do Terminal 2 que antes estavam quebradas, duas funcionavam.

- Duas tinham problemas simples de mecânica. No caso de uma outra, no entanto, será preciso licitar uma empresa para a manutenção, que custará mais de R$35 mil. Queria, inclusive, fazer um pedido de desculpas, em razão dos transtornos aos passageiros - afirma o superintendente, acrescentando que precisa lidar com equipamentos do tempo da inauguração do aeroporto, em 1977.

Superintendente promete tirar casas de marimbondo

Casas de marimbondo fotografadas pelo GLOBO na terça-feira continuavam até ontem no mesmo lugar, ocupando o lugar de lâmpadas de postes do estacionamento do Terminal 1.

- Isso é realmente um absurdo, e a Verzani terá que justificar o fato, sob pena de rompimento do contrato - disse Abibe, garantindo que o problema seria resolvido ainda ontem.

O superintendente também informou que o aeroporto passou por uma mudança no seu gerenciamento, com a inauguração, em agosto, do Centro de Gestão Aeroportuária.

- É um módulo criado nos aeroportos para possibilitar maior integração e maior fiscalização dos serviços. Quando há uma fila, por exemplo, rapidamente um funcionário da Infraero vai checar o que está ocorrendo.