Título: Inflação desacelera e indústria tem freio
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Fonte: O Globo, 09/11/2011, Economia, p. 26

IGP-DI recua de 0,75% para 0,40%. Fábricas estão desovando estoques

RIO e BRASÍLIA. A inflação medida pelo Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) desacelerou em outubro. A alta foi de 0,40% em outubro, ante 0,75% em setembro, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A previsão dos economistas apontavam taxa de 0,42% . O freio na inflação veio tanto pelos preços no atacado como pelos do varejo (ao consumidor): o Índice de Preços ao Produtor (IPA) avançou 0,48%, ante 0,94%. O IPA agrícola também cedeu, de 1,85% para 0,62%. O IPA industrial, no entanto, subiu de 0,62% para 0,87%.

As principais elevações no atacado foram de minério de ferro, adubos e fertilizantes compostos, mandioca, suínos e aves abatidas e frigorificadas.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve avanço de 0,26% em outubro, contra 0,50% em setembro.

As maiores quedas de preços no varejo foram de tomate, alho, pimentão, abobrinha e manga. Assim, os custos do grupo Alimentação ficaram estáveis, depois de subirem 0,55% no dado anterior.

Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que também compõe o índice geral, subiu 0,23%, ante alta anterior de 0,14%.

Recuo na produção industrial em Sul e Sudeste

A produção industrial caiu em sete de 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve queda na produção na Região Sul e no Sudeste, com exceção do Espírito Santo. Os dados constam na Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional (PIM/PF Regional) referente a setembro.

Na variação de agosto para setembro, o estado do Paraná registrou a maior baixa, de 13,5%. Quedas representativas também ocorreram nas produções de São Paulo, com recuo de 4,2%, e Rio de Janeiro, onde houve decréscimo de 3%. Minas Gerais, com queda de 2,7%, Rio Grande do Sul (perda de 1,4%) e Santa Catarina, com recuo de 0,8%, também apresentaram desempenho negativo. No Sudeste, apenas o Espírito Santo teve alta na produção, com avanço de 2,5%.

Mesmo com um aumento de 1% nas vendas em relação a agosto, o setor industrial brasileiro registrou, em setembro, recuo no total de horas trabalhadas na produção (1,3%), na utilização da capacidade instalada (0,3%) e no emprego (0,6%). Os dados foram divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que apontou o acúmulo de estoques e maior concorrência com os importados. São consequências do cenário atual de desaceleração da atividade econômica, motivada pelas medidas de esfriamento tomadas pelo Banco Central no primeiro semestre e da crise internacional.

Segundo o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, as empresas estão vendendo os estoques acumulados no primeiro semestre do ano. Alguns setores, acrescentou, aumentaram o uso de componentes importados na produção.