Título: Dilma lança programas para melhorar emergências de 11 prontos-socorros
Autor: Damé, Luiza
Fonte: O Globo, 09/11/2011, O País, p. 12
Ações se estenderão a 40 hospitais; governo prevê atendimento em casa
BRASÍLIA. Na presença de governadores e prefeitos, a presidente Dilma Rousseff lançou ontem dois programas do Ministério da Saúde que prometem, até 2014, melhorar o atendimento nos prontos-socorros dos 40 maiores hospitais públicos brasileiros e atender em casa até 60 mil pacientes. O Melhor em Casa levará assistência a doentes em suas próprias residências, com um investimento de R$1 bilhão este ano. A meta é implantar mil equipes até o fim do governo.
Já o S.O.S. Emergências pretende melhorar a gestão e qualificar o atendimento de urgência, com investimento de R$39,6 milhões anuais nesta fase do programa, em que serão incluídos 11 hospitais do SUS.
Dilma: saúde não melhora da noite para o dia
Dilma disse que a Saúde públicas tem problemas que não serão resolvidos "da noite para dia", nem com a implantação dos dois programas, e precisa de mais investimentos. Afirmou que 145 milhões de pessoas dependem exclusivamente do SUS, o que significa um milhão de internações por mês, 3,2 bilhões de procedimentos ambulatoriais por ano e 500 milhões de consultas médicas anuais.
A presidente afirmou que, sem recursos financeiros, é impossível implantar um programa de Saúde para mais de 100 milhões de pessoas. Disse, porém, que parte dos problemas pode ser resolvida com as verbas disponíveis e melhor gestão. Segundo Dilma, nos primeiros seis meses de governo foram economizados mais de R$600 milhões com medidas de gestão, como a compra centralizada de medicamentos, maior controle nos repasses e a realização de auditorias.
- Tracei uma orientação bem clara: fazer agora mais com o que temos, e não ficarmos de braços cruzados esperando que os recursos caiam do céu. Vamos fazer por onde com o que temos e nos assegurar que isso é exemplo para as necessidades de melhoria de recursos para a Saúde pública do país. Para isso, vamos aperfeiçoar metas, fiscalizar gastos, acabar com o desperdício e combater sem trégua os desvios e os malfeitos - disse.
Este ano, o S.O.S. Emergências será implantado nos hospitais Miguel Couto e Albert Schweitzer (Rio), no Instituto Dr. José Frota (Fortaleza), no Hospital da Restauração (Recife), no Hospital Geral Roberto Santos (Salvador), no Hospital de Urgências (Goiânia), no Hospital de Base (Distrito Federal), nas Santa Casa e Santa Marcelina (São Paulo), no Hospital João XXIII (Belo Horizonte) e no Grupo Hospitalar Conceição (Porto Alegre). Cada hospital vai receber anualmente R$3,6 milhões para ampliar e melhorar o atendimento nas emergências.
As ações para aprimorar o serviço de emergência serão decididas em conjunto pelo Ministério da Saúde, as secretarias estaduais e municipais de Saúde e as direções dos hospitais, com apoio de centros de excelência: Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, hospitais do Coração, Sírio-Libanês, Albert Einstein, Samaritano, Alemão Oswaldo Cruz e Moinhos de Vento.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que as emergências dos 11 hospitais que receberão o programa imediatamente estão em situação crítica, mas ele não estipulou prazo para a população começar a sentir a mudança no atendimento.
- Diria que temos tempo para começar essa ação, mas não temos tempo para terminá-la.