Título: Uma gestão esvaziada
Autor: Gois,Chico de; Damé, Luiza
Fonte: O Globo, 08/11/2011, O País, p. 3

BRASÍLIA. À frente de Ministério do Trabalho desde 2007, Carlos Lupi tem uma gestão esvaziada. Não emplacou nenhum projeto importante, nem é chamado para participar de reuniões sobre o mundo do trabalho no Palácio do Planalto. A função da pasta ficou restrita ao controle do pagamento do seguro desemprego e do abono salarial, e às divulgações mensais sobre a geração de emprego formal, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Suas audiências com a presidente Dilma Rousseff foram poucas (quatro), considerando o interesse do governo pelos temas da pasta. Também não foi chamado para discutir no Congresso a mudança na legislação sobre o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço.

Lupi trocou o quadro técnico por pessoas próximas ou ligadas ao PDT. Com isso, o Observatório do Mercado de Trabalho, por exemplo, que apresentava estudos sobre mercado de trabalho, ficou inoperante. Lupi não participou das negociações sobre os conflitos dos trabalhadores da Usina Hidrelétrica de Jirau, comandadas por Gilberto Carvalho (secretário-geral da Presidência).