Título: Uma atuação marcada por disputas internas
Autor: Gois, Chico de; Maltchik, Roberto
Fonte: O Globo, 07/11/2011, O País, p. 3

BRASÍLIA. Em constante disputa interna no PDT, e com dificuldades na relação com algumas centrais sindicais, especialmente a CUT, o ministro do Trabalho e presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi, já começou o governo Dilma em baixa. Foi mantido no cargo, que ocupa desde 2007, por força de negociações lideradas por Lula na transição de governo. Recentemente, seu desempenho foi avaliado como sofrível no Palácio do Planalto.

Desde o início do ano, Lupi figura entre os ministros que devem ser trocados na primeira reforma ministerial, prevista para janeiro. Em setembro, durante mais um embate interno de Lupi com seu partido, Dilma soube da crise no PDT e que ele teria perdido a sustentação política para ficar no cargo. A resposta do Planalto: o PDT precisa se entender ou corre o risco de perder espaço no governo.

Os adversários internos de Lupi - como os deputados Brizola Neto (RJ) e Paulinho da Força (SP) - dizem que ele controla o PDT de forma autoritária, mantendo comandos provisórios em diretórios regionais para fazer valer suas prerrogativas. E controla os principais cargos do Ministério do Trabalho.

A gestão do ministério também é delicada. Em junho, O GLOBO denunciou problemas nos convênios da pasta com ONGs de Sergipe. Na ocasião, a Controladoria-Geral da União já dizia que as entidades não comprovaram despesas de R$4,54 milhões em quatro convênios.