Título: Empregos formais têm queda de 38%
Autor: Doca, Geralda
Fonte: O Globo, 19/11/2011, Economia, p. 35

Foram geradas 126.143 vagas no mês passado, o pior outubro desde 2008

BRASÍLIA. O mercado formal de trabalho gerou 126.143 empregos em outubro no país - um recuo de 38,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o saldo foi de 204.804. Foi o pior outubro desde 2008, quando a crise financeira desencadeada pela quebra do Lehman Brothers produzia seus primeiros efeitos e apenas 61.401 postos de trabalho foram abertos. Entre janeiro e outubro, foram criadas 1,931 milhão de vagas com carteira assinada (475 mil a menos do que o registrado em igual período de 2010).

Com a crise internacional abatendo fortemente a indústria nacional, em que cinco de seus subsetores fecharam vagas no mês passado (química, produtos alimentícios, calçados, material de transporte e borracha), o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, revisou novamente para baixo a meta de geração de postos em 2011, para 2,4 milhões.

Mesmo assim, se forem incluídas as contratações de servidores públicos da União, dos estados e municípios. Os dados do Caged divulgados ontem contemplam apenas empregados celetistas (do setor privado). A meta inicial do ministro era de 3 milhões, que depois caiu para 2,7 milhões.

Lupi, porém, disse acreditar que novembro deverá vir com saldo positivo de 70 mil e dezembro, negativo em 350 mil. Esta costuma ser a média do mês, devido a demissões de trabalhadores temporários contratados no fim de ano.

Rio de Janeiro fica em terceiro lugar no país

Em outubro, a geração de empregos foi puxada pelo setor de serviços, que respondeu por 77.201 vagas. Em seguida, aparece o comércio com 60.878 e a construção civil com 10.298.

Com apenas 5.206 postos, a indústria de transformação ficou em quarto lugar. E a agricultura, por fatores sazonais (entressafra de cana e café), eliminou 29.913 postos, sobretudo em São Paulo, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais e Bahia.

Em São Paulo, principal parque industrial do país e forte no ramo sucroalcooleiro, registrou no mês passado apenas 22.879 contratações, quase a metade do registrado no mesmo período do ano passado. O Rio ficou em terceiro, com saldo de 13.259 contratações, atrás também do Rio Grande do Sul, 16.522.