Título: Combate ao HIV chega às mídias sociais
Autor: Jansen, Roberta
Fonte: O Globo, 22/11/2011, Ciência, p. 36

Ministério quer ampliar cobertura do tratamento; país é elogiado pela ONU

BRASÍLIA. No mesmo dia em que foi divulgado o relatório mundial sobre Aids, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou que a campanha de combate ao HIV no Brasil será direcionada ao público jovem. A estratégia inclui o uso de mídias sociais, como o Facebook e o Twitter, além de shows e programas de TV. A campanha começa no dia 1º de dezembro e vai até o carnaval. Padilha negou que o governo tenha planos de reduzir gastos com publicidade sobre Aids. O anúncio foi feito ontem, durante entrevista para apresentar o Relatório Global do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).

- Precisamos de novas atitudes, sobretudo entre o público mais jovem - destacou. - Temos uma geração que não foi sensibilizada como as outras, que viram ídolos enfrentando a luta contra a Aids.

Segundo o diretor do Unaids no Brasil, Pedro Chequer, o documento faz algumas menções ao país. Uma delas, elogiosa, diz que o Brasil é um exemplo de eficiência na utilização de recursos para o combate à doença, pois o dinheiro é usado para prevenção e tratamento.

O documento afirma que a cobertura do tratamento no Brasil varia entre 60% e 79% dos contaminados - os melhores índices na América Latina, acima de 80%, são de Cuba, Nicarágua e Chile. O Brasil espera atingir este percentual até 2015. Chequer explica que, aqui, a epidemia se expandiu para zonas mais remotas e pequenos municípios, onde o sistema de saúde ainda não está preparado. Outra dificuldade é o fato de que há 250 mil soropositivos no país que não sabem de sua condição.

Para enfrentar o problema, Padilha enfatizou o compromisso de aumentar a cobertura da testagem, especialmente no Norte e Nordeste. Segundo ele, o ministério gastou R$15 milhões em 2010 e cerca de R$16 milhões este ano. A intenção é aumentar ainda mais as cifras em 2012 com campanhas de prevenção.