Título: Belo Monte: Lobão diz que consórcio fará vídeo para rebater o de artistas
Autor: Roxo, Sérgio
Fonte: O Globo, 22/11/2011, Economia, p. 31

Ministro afirma que há "ignorância e má-fé" nas críticas à hidrelétrica

SÃO PAULO. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou ontem que o consórcio responsável pela construção da Usina Belo Monte, no Pará, vai responder ao vídeo em que artistas pedem a paralisação da obra.

- O consórcio está tratando de elaborar um vídeo com informações atualizadas sobre o assunto - afirmou o ministro, após participar de um seminário promovido pela Revista "Exame", em São Paulo.

No vídeo de cinco minutos, que já foi assistido por mais de 280 mil pessoas, 19 atores criticam a construção da usina. A produção é do Movimento Gota D"Água, que pede assinaturas online para uma petição contra a obra, que será enviada para a presidente Dilma Rousseff e para o Congresso Nacional.

- Somos um país que tem liberdade, absoluta democracia. Cada um diz o que bem entende. Nós temos a nossa verdade - disse o ministro.

Durante sua palestra, Lobão afirmou haver um conluio de "ignorância e má-fé" nas críticas ao projeto. Depois, em entrevista, contou que estava se "referindo ao cineasta que falou lá fora". O diretor do filme "Avatar", James Cameron, é um dos principais críticos do projeto no exterior.

Lobão acredita que a opinião da população sobre Belo Monte pode mudar se houver informação sobre a obra.

- Espero que todos os brasileiros possam ser informados sobre as verdades que existem ali. Ao final, quando essa usina estiver construída, vai se transformar em um orgulho nacional.

O ministro também falou sobre a renovação das concessões do setor elétrico e destacou que o governo não tem pressa de tratar do assunto:

- Não temos pressa, as concessões vão vencer a partir de 2015, portanto, no próximo governo. Estamos examinando com todo o cuidado, com prudência. E vamos tomar uma decisão: ou mantém a legislação atual ou promovemos a alteração.

Lobão assegurou que as renovações devem garantir redução da tarifa de energia para o consumidor, porque os investimentos das empresas já foram amortizados ao longo dos contratos de concessão. O ministro também citou a redução da carga tributária para diminuir as tarifas. Questionado se o tema faz parte da pauta do governo, afirmou "esperar que um dia isso possa ser examinado".

-- O governo tem as suas preocupações com isso.