Título: Em AL, homicídios aumentam cerca de 50%
Autor: Rios, Odilon
Fonte: O Globo, 24/11/2011, O País, p. 10

Entre os dez estados com mais altas taxas de assassinatos, nove são do Nordeste e do Norte; exceção é o Paraná

Odilon Rios, Letícia Lins e Rafael Galdo

MACEIÓ, RECIFE E RIO. Alagoas é o estado com o maior crescimento de casos de homicídio entre 2009 e 2010: 42,8%, passando de 1.506 para 2.127. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. De acordo a Secretaria de Defesa Social de Alagoas, apesar dos planos de combate à violência, não há controle sobre o fluxo de armas no estado e a área social precisa de ajuda.

- A polícia está para a violência como a dor de cabeça está para o remédio. A dor é aliviada com um comprimido. A polícia alivia uma situação social difícil que convivemos. Mais de duas mil pessoas não têm trabalho por falta de qualificação. Falta ocupação, vem a violência - disse o secretário de Defesa Social, coronel Dário César.

Em março, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi a Alagoas a pedido do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). A quantidade de assassinatos fez o governador pedir "socorro" federal. Após a ida do ministro, mais dois planos de segurança foram lançados no estado.

Embora esteja incluído no Anuário Brasileiro de Segurança Pública entre os três estados mais violentos do país, Pernambuco vem registrando gradativa queda na incidência de homicídios desde 2007, segundo informou ontem o governo do estado, invocando números do Ministério da Saúde que batem com as estatísticas locais. De acordo com o Anuário divulgado ontem, o estado ostenta um índice de 36,4 homicídios por grupo de 100 mil habitantes. Pelo SUS, os indicadores de 2010 são até piores: 39,06 assassinatos por 100 mil habitantes.

Conforme o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, essa relação chegava a 52,57 em 2006 e aumentou para 53,03 em 2007. Em 2008, caiu para 50,88; para 44,96, em 2009; e 39,06, em 2010, conforme a mesma fonte.

- A redução de homicídios em Pernambuco é evidente e deve ser atribuída às ações do Pacto Pela Vida - afirmou ontem o coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça Criminal, Fernando Barros, referindo-se a uma série de ações feitas pelo estado para o combate e a prevenção à violência.

No Rio, a secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki, defendeu ontem, durante visita à Rocinha, a padronização nacional no registro de ocorrências policiais. A medida, segundo ela, impediria incompatibilidades como as reveladas no Anuário de Segurança Pública, para o qual estados como Minas e Santa Catarina repassaram informações incompletas, enquanto o Rio teve dados considerados não confiáveis.

- Falta uma unicidade no registro das ocorrências. Hoje, ao equiparar (os dados dos estados), não temos uma comparação de algo igual. É intenção do governo brasileiro termos um sistema de informações unificado - disse a secretária.