Título: Analistas acreditam em recuperação em 2012
Autor: Valente, Gabriela
Fonte: O Globo, 27/11/2011, Economia, p. 41

Com juros mais baixos e expectativas ainda intactas, há mais espaço para crescimento

BRASÍLIA. O diretor do Departamento de Estudos Econômicos (Depec) do Bradesco, Octávio de Barros, acredita que o Banco Central (BC) pode cortar até 0,75 ponto percentual na Taxa Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), por causa dos últimos dados da economia. Porém, Barros ainda aposta em redução de 0,5 ponto percentual - mesmo que o BC possa se arrepender lá na frente da opção, ao abortar uma recuperação mais rápida da economia.

A expectativa do Bradesco é que a atividade econômica retomará o fôlego a partir do ano que vem, porque os juros reais já são os mais baixos da história e a confiança do consumidor e a do empresário não industrial estão praticamente intactas. Além disso, o mercado de trabalho não deve dar uma guinada. Para Barros, a queda dos juros deveria vir com a inversão total das medidas de contenção ao crédito. Mas ele defende o que foi feito até agora:

- Parece que não é hora de políticas convencionais em nenhum país do mundo. A ortodoxia vai tirar um período sabático de uns três anos. Depois ela volta. Isso é o lógico.

Itaú vê um corte maior de juros no próximo ano

Para Eduardo Velho, economista da Prosper Corretora, está claro que o BC combinará instrumentos clássicos de política monetária, ou seja, a taxa de juros com ajustes no crédito:

- Isso já foi utilizado pela administração Tombini. Quando iniciou a alta do juro básico no início de 2011, também implementou o aumento do IOF sobre as operações de crédito e também do pagamento mínimo do cartão, com o objetivo conjunto de desacelerar a inflação para o segundo semestre deste ano.

Depois do discurso do presidente do BC, falando em ajustes moderados, o Itaú confirmou a expectativa de corte no ritmo de 0,5 ponto percentual como o caminho a ser tomado pela autoridade monetária, mas não descartou uma aceleração nesse ritmo no ano que vem. (Gabriela Valente)