Título: Diretor do BC espera expansão de até 3,5%
Autor: Valente, Gabriela
Fonte: O Globo, 13/12/2011, Economia, p. 20

Presidente da S&P no Brasil diz que rating deve se manter nos próximos anos

SÃO PAULO. O Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país) do Brasil poderá crescer entre 3% e 3,5% este ano, afirmou ontem o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo. Ao participar do seminário Reavaliação do Risco Brasil, promovido pelo Fundação Getulio Vargas (FGV), Araújo disse que essa é uma taxa para ser comemorada diante da crise internacional. Em sua palestra, ele chegou a falar de expansão de 3%, mas acabou reforçando os 3,5% logo depois, citando o relatório de inflação do BC. O bom da crise de 2008 e 2009, observou Araújo, foi a compreensão de que a manutenção do colchão de liquidez é fundamental para o gerenciamento da crise.

A presidente da agência de rating Standard & Poor"s (S&P) no Brasil, Regina Nunes, disse, no mesmo seminário, que a avaliação de risco do país pode subir se o superávit primário for mantido. Regina explicou que a perspectiva é que o rating brasileiro permaneça estável, sem mudanças, em um período de um a três anos:

- A responsabilidade fiscal é o elo mais fraco. Não se pode esquecer o passado do Brasil de déficit fiscal elevado e endividamento. Mas também não se discute hoje para o Brasil um superávit total na parte fiscal porque sabe-se que, se fizer muito mais na parte fiscal, pune-se o crescimento e o investimento - afirmou, acrescentando que um superávit primário de 3% é satisfatório. (Wagner Gomes)