Título: G-20 começa a discutir restrição
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Fonte: Correio Braziliense, 03/09/2009, Economia, p. 20

O secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, garante que apresentará aos ministros das Finanças do grupo das 20 nações mais ricas os princípios para conter os excessos cometidos por bancos que levaram à crise atual

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, garantiu ontem que vai apresentar aos ministros das Finanças do G-20, grupo dos 20 países mais ricos do mundo, que se reunirão amanhã e sábado em Londres, os princípios para um novo acordo global para restringir as operações arriscadas realizadas pelos bancos. Ele afirmou que não busca um acordo imediato, pois ainda é cedo para se impor restrições ao setor financeiro, que está em processo de recuperação depois da onda de quebradeira provocada pelo estouro da bolha imobiliária americana.

¿Vamos delinear um marco de princípios para começar uma discussão, não para obter um acordo já¿, disse Geithner. ¿Queremos discutir um marco de princípios sobre um novo acordo internacional de capital que trará, quando a crise tiver passado, um conjunto de restrições à alavancagem do setor financeiro¿, acrescentou. Foi o excesso de alavancagem (os bancos não tinham limites para operar) que fez o mundo ruir.

O Brasil é um dos principais defensores de um maior controle sobre os bancos. Na visão do presidente Lula, não é aceitável que uma instituição financeira opere com crédito num total correspondente a 45 vezes o seu patrimônio, como se viu quando o banco americano Lehman Brothers quebrou, em 15 de setembro de 2008. Lula, inclusive, pediu ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, e ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que não arredem pé da proposta brasileira de maior regulação do sistema financeiro mundial.

Desemprego De olho na reunião do G-20, o Federal Reserve (Fed), o BC dos EUA, liberou a ata da reunião da semana passada, na qual manteve a taxa básica de juros próxima de zero. A maioria dos integrantes do Comitê de Política Monetária da instituição disse esperar por uma lenta recuperação da economia americana neste segundo semestre, sinalizando que é importante baixar qualquer onda de otimismo, sobretudo porque aquele país ainda está vulnerável a choques adversos. ¿As condições no mercado de trabalho permanecem pobres e as empresas, no geral, indicaram que estarão bastante cautelosas em contratar¿, ressaltou o Fed na ata. Em agosto, foram fechadas 298 mil vagas, saldo superior ao previsto pelos analistas (250 mil postos).

O BC dos EUA também acredita que as famílias americanas continuarão a enfrentar condições apertadas de crédito. O consumo das famílias é o principal motor da economia dos Estados Unidos. Sem ele, não dá para falar em recuperação consistente.

O número 298 mil Total de vagas fechadas no mercado de trabalho americano em agosto