Título: Fundos de pensão não cumprirão meta do ano
Autor: Doca, Geralda
Fonte: O Globo, 15/12/2011, Economia, p. 33

Devido à queda na Bolsa, rentabilidade de Previ, Petros e Funcef ficará abaixo de 9,73%

BRASÍLIA. A crise global atingiu em cheio os três maiores fundos de pensão do país: Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), Petros (da Petrobras) e Funcef (da Caixa Econômica Federal). Este ano eles não vão conseguir cumprir a meta atuarial - rentabilidade necessária para cobrir todas as despesas com aposentadorias no futuro, trazidas a valores de hoje. Segundo cálculos do governo, o retorno dessas três entidades ficará entre três e quatro pontos percentuais abaixo do fixado, descontada a inflação, por causa do tombo na Bolsa de Valores. A maior parte dos ativos está aplicada em renda variável.

Os três fundos respondem por 54% dos investimentos do setor, um total de R$292,5 bilhões. Na Previ, o montante aplicado em renda variável gira em torno de 63%; na Petros, de 40%; e na Funcef, de 33%.

A Funcef, por exemplo, conseguiu até outubro uma rentabilidade de 4,91% dos 9,73% (5,5% mais INPC) fixados. O presidente da entidade, Carlos Alberto Caser, reconheceu ontem que dificilmente a meta será atingida. Mas ele ressaltou que a Funcef tem um colchão para honrar as despesas por dois anos, sem precisar se desfazer dos ativos (ações ou imóveis).

Para melhorar seus resultados, a Funcef vai direcionar as aplicações em títulos do governo para papéis de empresas privadas, dos setores de infraestrutura, alimentação e varejo. A entidade tem R$14 bilhões na Bolsa e apenas R$1,6 bilhão na carteira de crédito privado. Em títulos públicos, são R$21,2 bilhões.

Previ e Petros não quiseram informar seus desempenhos até outubro. Mas, segundo fontes do governo, também sofrem com a crise, acumulando perdas.