Título: Conversa informal e com brincadeiras
Autor: Damé, Luiza; Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 17/12/2011, O País, p. 3

BRASÍLIA. No primeiro café da manhã da presidente Dilma Rousseff com os jornalistas que cobrem a rotina do Palácio do Planalto, ela comeu pouco e falou muito. Primeiro, cumprimentou individualmente os 47 repórteres convidados para o encontro. Antes do início do que chamou de conversa informal, fez questão de dizer que não queria ser fotografada comendo e que todos poderiam perguntar e anotar, exceto gravar. Mais tarde, a assessoria da Presidência divulgou o áudio da conversa, que durou pouco mais de uma hora.

Num estilo mais conservador do que o do ex-presidente Lula, que inaugurou a prática no início de seu primeiro mandato, Dilma não se permitiu muita descontração. Nem a tradicional foto com os jornalistas, ao fim do café, quis tirar, alegando estar atrasada para outro evento, o que era verdade.

No entanto, entre um "meu querido, minha querida" - expressão comum quando está contrariada com algo - e uma descontração ocasional - como quando mandou um repórter empostar a voz para perguntar -, ela fez uma longa exposição do que foi, em seu entender, o primeiro ano de seu governo. Procurou passar otimismo à população, apesar de reconhecer que a crise econômica mundial é grave.

Provocada por uma repórter, que quis saber o que mudava com uma mulher na Presidência, Dilma divertiu-se dizendo que os detalhes fazem a diferença em relação aos homens. Como exemplo, citou o tamanho das janelas das casas populares do Minha Casa Minha Vida, que foram aumentadas. E o fato de agora as residências terem azulejos em toda a cozinha. Mas, brincalhona, Dilma evitou criticar os homens:

- Tem grandes contribuições dos homens no meu governo. Não os acho ruins assim. Eles são bastante competentes. Mas o olhar feminino é outra forma de abordagem.

(Chico de Gois e Luiza Damé)