Título: Lagarde diz que crise põe todos em risco
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Fonte: O Globo, 20/12/2011, Economia, p. 27
Ministros da UE contribuirão com 150 bilhões para fundo extra do FMI
ABUJA, Nigperia, BRUXELAS e LONDRES. A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse ontem na Nigéria que a crise da dívida na Europa é um risco "para todas as economias do mundo". Já os ministros de Finanças da União Europeia se comprometeram a contribuir com 150 bilhões ao Fundo, para evitar o colapso da zona do euro. O total está abaixo da meta estipulada no último dia 9, de 200 bilhões, e não está claro como o montante será alcançado.
- A severidade da crise e a dificuldade dos europeus em lidar com a crise terão um efeito reflexo em todas as economias - afirmou Lagarde.
A diretora-gerente ressaltou que os países pobres, especialmente aqueles que dependem da Europa para comércio e investimento, devem se preparar para quaisquer consequências.
- O que estamos dizendo a todos os países em desenvolvimento é que tenham cuidado com o que está acontecendo nas economias avançadas no momento - disse. - Cuidado com as nuvens que estão se acumulando no céu europeu e tenham certeza de que têm reservas e resistência suficientes para enfrentar a tempestade.
Em teleconferência, os ministros de Finanças da UE conseguiram levantar 150 bilhões em financiamento extra para o Fundo, com o objetivo de resgatar a zona do euro. O montante inicial - de 200 bilhões - e o prazo de dez dias - que terminou ontem - para entregar as promessas de contribuição foram decididos pelos líderes da UE na cúpula do último dia 9.
Reino Unido não vai contribuir
Parece improvável, porém, que a meta vá ser alcançada, já que o Reino Unido anunciou que não contribuirá. O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, disse que vai definir as contribuições no início do ano, no âmbito do G-20. República Tcheca, Dinamarca, Polônia e Suécia indicaram que podem participar do reforço do caixa do FMI, embora alguns membros da UE precisem de aprovação parlamentar.
O FMI, por sua parte, elogiou o anúncio da contribuição de 150 bilhões, dizendo que isso ajudará a garantir a estabilidade do sistema financeiro global.
Os ministros também avaliaram planos para regras fiscais mais rígidas na zona do euro - um novo "compacto fiscal" - para evitar uma nova crise.