Título: PIB da Itália cai 0,2% no terceiro trimestre
Autor: Bôas, Bruno Villas
Fonte: O Globo, 22/12/2011, Economia, p. 35
Resultado sinaliza risco de recessão prolongada. Demanda interna cai
ROMA. A economia da Itália teve contração de 0,2% no terceiro trimestre em comparação com o segundo, devido a uma queda na demanda doméstica. Este é o primeiro recuo da economia desde o quarto trimestre de 2009, quando foi registrada uma queda de 0,1%. Segundo analistas, isso sinaliza o início de uma recessão prolongada.
O Instituto Nacional de Estatísticas da Itália (Istat) informou também que o Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país) teve uma expansão de 0,2% em relação ao mesmo período do ano passando.
Os dados foram mais fracos do que o esperado pelos economistas. Uma pesquisa da Reuters com analistas havia apontado queda trimestral de 0,1% e crescimento anual da economia italiana de 0,5%.
Segundo o Istat, “todos os componentes da demanda interna” diminuíram no terceiro trimestre deste ano, mas as importações caíram 1,1% e as exportações cresceram 1,6%. O terceiro trimestre teve dois dias de trabalho a mais do que o segundo e um a menos do que o terceiro de 2010.
Além disso, segundo a agência de notícias Ansa, o instituto revisou para baixo o PIB dos dois primeiros trimestres de 2011, reduzindo o crescimento do primeiro com relação a igual período de 2010 de 1% para 0,8% e do segundo trimestre, de 0,8% para 0,7%.
Em toda a zona do euro, o PIB cresceu, em temos conjunturais, 0,2% no terceiro trimestre frente ao segundo e 1,4% com relação ao mesmo período de 2010. As duas economias maiores que a da Itália na zona do euro, Alemanha e França, cresceram 0,5% e 0,4%, respectivamente.
Indicadores econômicos apontam para uma contração adicional no quarto trimestre, que deve se intensificar em 2012, quando medidas de austeridade adotadas neste ano terão impacto sobre a atividade econômica. De acordo com a Confederação Geral da Indústria Italiana (Confindustria), a Itália enfrentará uma recessão de 1,6% no ano que vem.