Título: Jader assume hoje vaga no Senado e afirma que quer unificar o PMDB
Autor: Camarotti, Gerson; Alencastro, Catarina
Fonte: O Globo, 28/12/2011, O País, p. 4

Senadora suplente, Marinor Brito teve dois recursos negados pelo STF

BRASÍLIA. Apesar da posse discreta prevista para hoje, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) já assume com uma missão ambiciosa: unir o PMDB no Senado. Com a bancada rachada depois da criação do "Grupo dos Oito" em oposição ao líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), Jader tentará pacificar a relação entre os peemedebistas.

Sua posse foi barrada pela decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que validara a Lei da Ficha Limpa. Mas o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a medida não poderia ser aplicada na eleição do ano passado.

No partido, a posse de Jader é vista como um fortalecimento do grupo do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e do próprio Renan - seus dois aliados. O grupo dissidente do PMDB tem entre os seus nomes os senadores Eduardo Braga (AM) e Ricardo Ferraço (ES).

- Não assumo o mandato em busca de espaço. Vou tentar usar a minha experiência para costurar a unidade da bancada. Farei o que for possível para unir o partido. Tenho amizade e sou muito próximo do Renan. E me dou muito bem com o Eduardo Braga e o Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Por isso, vou trabalhar para que o partido se una e tenha juízo - disse Jader ao GLOBO.

Ao mesmo tempo, a posse de Jader ajudará Sarney e Renan no reequilíbrio de forças dentro do próprio Senado. Principalmente depois que os ex-senadores Gilvan Borges (AP) e Wilson Santiago (PB) perderam o mandato com a posse de João Alberto Capiberibe (PSB-AP) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que, assim como Jader, assumiram suas vagas depois da decisão do STF.

A suplente de Jader, Marinor Brito (PSOL-PA), 4ª mais votada nas últimas eleições, tentou até o último minuto manter-se no cargo. Ela entrou com dois recursos no STF, ambos negados. O primeiro questionava a decisão do presidente da Corte, Cezar Peluso, que lançou mão de sua prerrogativa de votar duas vezes e garantiu o direito de Jader em assumir seu mandato. O segundo, indeferido ontem pelo ministro Ayres Britto, pedia o cancelamento da sessão de hoje.