Título: Um ano depois, centro começa a funcionar
Autor: Remígio, Marcelo
Fonte: O Globo, 17/01/2012, O País, p. 11

Mercadante diz que ainda há limitações

CACHOEIRA PAULISTA (SP). Desde que começou a operar, em 2 de dezembro do ano passado, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) já emitiu cerca de 40 alertas para cidades e regiões de vários estados. Esses avisos conseguiram evitar milhares de vítimas de enchentes e deslizamentos, afirmou ontem o diretor do órgão, Reinhardt Fuck, durante visita que o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, fez ao local. Na prática, o ato de ontem foi a inauguração de fato do Cemaden, cuja construção foi anunciada em janeiro de 2011, após a tragédia na Região Serrana do Rio de Janeiro, mas que só passou a funcionar em dezembro.

No evento, Mercadante contou que no dia 18 de dezembro tirou da cama o governador Antonio Anastasia (PSDB), de Minas Gerais, para informá-lo de um alerta máximo disparado pelo centro por causa das intensas chuvas na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

- No domingo, 6h da manhã, me ligaram dizendo que havia o risco de chover mais de 80 milímetros na Grande Belo Horizonte. Peguei o telefone e liguei para o governador Anastasia. Ele acordou, atendeu, agradeceu, tomou providências e colocou ainda mais mobilização na Defesa Civil naquele dia - contou o ministro.

No começo do processo, Mercadante disse ter ligado também para os governadores do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), e ainda para prefeitos de municípios de regiões consideradas mais críticas. Depois que o sistema começou a ganhar velocidade foram instalados centros de monitoramento no Rio, no Espírito Santo e em Minas Gerais.

- Nesses centros temos especialistas em desastres naturais, meteorologistas, hidrólogos e geólogos, trabalhando de forma integrada com a Defesa Civil e o governo do estado - disse Mercadante.

Para o ministro, o trabalho de prevenção de desatres ainda tem duas limitações:

- O Cemaden faz o alerta, mas precisamos avançar no levantamento geotécnico, que é o trabalho dos geólogos em campo para verificar quanto de chuva pode provocar o risco de desmoronamento, e precisamos preparar a Defesa Civil em todo o país para ela identificar sinais de deslizamentos de terra.