Título: Talvane envolve ex-governador em morte de Ceci
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Fonte: O Globo, 18/01/2012, O País, p. 12

Acusado do crime diz que Manoel Barros é também suspeito

MACEIÓ. Acusado de tramar a morte da deputada federal Ceci Cunha, o suplente dela, o médico Talvane Albuquerque, negou o crime ontem, no segundo dia de julgamento do caso. Talvane acusou o então governador de Alagoas na época do assassinato, Manoel Gomes de Barros, o Mano, de ter interesse na morte da parlamentar - que teria recebido dinheiro para aceitar ser vice do ex-governador, candidato à reeleição, mas acabou disputando, e ganhando, uma vaga na Câmara dos Deputados.

Talvane foi acusado pelo Ministério Público Federal de tramar a morte de Ceci Cunha e contratar Alécio César Alves, Jadielson e José Alexandre dos Santos para executá-la, em 16 de dezembro de 1998.

Segundo Talvane, o ex-governador Manoel Gomes de Barros tinha interesse em matar Ceci. Na versão de Alécio César Alves, Ceci teria recebido R$2 milhões, depositados na conta dela, para "aceitar" ser candidata a vice-governadora na chapa de Mano, mas foi eleita para a Câmara e ficou com o dinheiro.

Talvane repetiu essa versão e disse ter conversado com o pistoleiro Maurício Guedes, o "Chapéu de Couro". Na gravação telefônica - segundo Talvane, editada pela Polícia Federal para incriminá-lo -, o suplente chama o pistoleiro de "meu amigo", e eles combinam "três litros de mel", linguagem cifrada para "seguranças".