Título: FMI reduz previsão de expansão da economia mundial
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Fonte: O Globo, 20/01/2012, Economia, p. 27

Instituição corta para 3,3% projeção do PIB em 2012

ROMA e TÓQUIO. O Fundo Monetário Internacional (FMI) ajustou de 4% para 3,3% sua previsão de expansão da economia mundial este ano, informou ontem a agência de notícias italiana Ansa, que teve acesso ao relatório "Perspectivas Econômicas Mundiais". O documento será divulgado na próxima terça-feira. Para 2013, o Fundo cortou sua previsão anterior de crescimento de 4,5%, para 4%.

O documento mostra que, malgrado o impacto da crise europeia em suas economias, as nações emergentes continuarão sendo o principal motor do crescimento mundial. Em bloco, esse conjunto de países crescerá 5,4% em 2012, contra 6,1% da previsão anterior. Em 2013, avançarão 5,9% em vez de 6,5%. Pela estimativa do FMI, o PIB brasileiro subirá 3% e 4% em 2012 e 2013, respectivamente.

No caso dos EUA, o Fundo manteve inalterada, em 1,8%, sua previsão de crescimento para este ano. No entanto, refez para baixo sua estimativa para 2013, quando a maior economia do mundo deverá crescer 2,2%, em vez dos 2,5% previstos anteriormente.

As previsões mais sombrias recaem sobre a Europa. O FMI prevê que a zona do euro verá sua economia encolher 1,6 ponto percentual, para 0,5% em 2012. No ano seguinte, a região crescerá 0,8%, contra uma previsão anterior de 1,5%.

Japão diz estar disposto a contribuir com o FMI

No relatório, o FMI afirma que a "recuperação global está ameaçada pela cada vez maior tensão na zona do euro". A turbulência europeia é a "razão principal" para a piora das previsões, segundo o relatório, embora não seja a única.

O Fundo revisou para baixo em 2012 e 2013 suas previsões para Espanha e Itália, situando os dois países em recessão. No caso espanhol, o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos) terá uma contração de 1,7%, este ano, e de 0,3%, em 2013. Para a Itália, o FMI prevê retração de 2,2% este ano e de 0,6%, em 2013.

"O desafio político mais imediato é o de restabelecer a confiança e pôr fim à crise da zona do euro, apoiando o crescimento", ressalta o documento, segundo a Ansa. Para isso, o Banco Central Europeu (BCE) deverá continuar sua política de facilitar a liquidez. O FMI, por sua vez, busca elevar seu poder de fogo em 500 bilhões, conforme anunciou na quarta-feira a diretora-gerente, Christine Lagarde.

Ontem, o Japão disse que está pronto para fornecer financiamentos bilaterais ao Fundo para apoiar as iniciativas da Europa para conter a crise da dívida. Em compensação, espera ver fortes esforços por parte dos países europeus para solucionar o problema.