Título: PSD anuncia negociação com o PT em SP
Autor: Amorim, Silvia
Fonte: O Globo, 31/01/2012, O País, p. 5

Partido de Kassab diz que conversas com os tucanos ainda não avançaram de modo satisfatório

SÃO PAULO. Presidente nacional do PSD, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, anunciou ontem abertura oficial de diálogo com o PT para tentar uma aliança para a eleição na capital paulista. A posição é uma reação aos poucos avanços obtidos em conversas com o PSDB, sempre anunciado como parceiro preferencial do PSD na cidade. Depois de uma reunião da cúpula do partido ontem à noite, Kassab foi anunciado como coordenador de toda a articulação para alianças na cidade, que estava sob a responsabilidade oficialmente do diretório municipal. O prefeito reafirmou o interesse da legenda em lançar candidato próprio para a sua sucessão. O nome é o do vice-governador Guilherme Afif.

— A preferência do partido recai no nosso vice-governador. Esse será o nosso esforço até porque o partido tem legitimidade e naturalidade de lutar por uma candidatura própria. Porém, também fica claro que nós, independentemente do trabalho que existe de manutenção da aliança com o PSDB, no sentido de sensibilizá-los para que possam apoiar o nosso candidato, nós também temos que examinar outras alternativas. E foi delegado a mim o início do diálogo com outros partidos como o PT — disse.

Mas ele também deixou claro que a proposta de o PSD ter candidato a prefeito é algo a ser conversado com o PT. Já com o PSDB, cujo diálogo começou e pouco avançou, Kassab mostrou-se pouco disposto a abrir mão de uma cabeça de chapa.

— Não será uma aliança que não tenha candidatura própria a nossa prioridade, mas ficou definido que voltaremos a essa mesa de reuniões para examinar o que será resultado desse diálogo com outros partidos políticos.

Kassab disse que vai procurar, agora, oficialmente dirigentes do PT e o pré-candidato do partido, Fernando Haddad. Um dirigente do PSD explicou as razões da diferença no diálogo com PT e com o PSDB.

— Com o PSDB nós temos crédito. São anos de história e temos condições de fazer exigências. Nós ajudamos a eleger Geraldo Alckmin em 2010 — disse.

Outro objetivo do PSD é pressionar o PSDB. O partido só aceita abrir mão de ter o indicado para a vaga numa aliança com o PSDB se o candidato for o ex-governador José Serra, que tem descartado essa possibilidade.