Título: Críticas também à posição do país no Pisa
Autor: Weber, Demetrio
Fonte: O Globo, 29/01/2012, O País, p. 22

Para ministro, desempenho ainda é insuficiente

BRASÍLIA. A diferença de estilo ficou evidente quando o novo ministro citou a posição do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), teste de leitura,matemática e ciências realizado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico(OCDE). Em 2000, o Brasil ficou entre os últimos colocados e, em 2009, ocupou a 53+ e a 57+ posições, conforme a disciplina, entre 65 países e territórios. Em termos de progresso na década, o Brasil foi o terceiro país cuja média no Pisa mais cresceu. Para Haddad, razão para comemorar.Para Mercadante,o avanço não pode ofuscar o fato de que os alunos brasileiros estão uma geração atrás dos asiáticos, europeus e americanos: —Nossos jovens do fundamental e médio ainda ocupam posiçõe sinsuficientes nos testes internacionais, apesar da boa evolução recente. O novo ministro aproveitou para anunciar que lançará dois programas gestados por Haddad:o Pronacampo,cujo objetivo é melhorar o ensino rural, e o Alfabetização na dade Certa, que buscará assegurar que todas as crianças aprendam a ler e escrever até o s8anos. As iniciativas terão de ser feitas em parceria com estados em unicípios, que são os gestores da rede de ensino básico.

Mercadante repetiu o discurso da presidente Dilma Rousseff, de que é preciso aprimorar o Enem, sem ignorar o fato de que o exame representa um ganho para a democratização do acesso ao ensino superior .O novo ministro disse que vai consultar especialistas e entidades da área de Educação em busca de sugestões para evitar novas falhas no Enem. Haddad deu um sorriso amarelo. Depois do longo discurso de posse,Mercadante deu início a uma série de reuniões no MEC e suspendeu as declarações públicas. Terminou a semana sem anunciar a nova equipe ,limitando-se a confirmar que demitiu a presidente do Inep, Malvina Tuttman, responsável pela organização do Enem, e a secretária de Educação Básica, Maria do Pilar Lacerda. Doutor em Economia e professor universitário desd e 1978, ele se apresenta como economista e professor. Disse que o Brasil atravessa um momento virtuoso, que combina crescimento econômico com distribuição de renda. Mas afirmou que é preciso investir mais em Educação, sob pena de que o país fique no meiodocaminho: — Tenho convicção absolutade que esse potencial não se realizará se não continuarmos a enfrentar, com decisão e absoluta prioridade, a nossa principal fragilidade como nação: a ausência de uma educação universal de qualidade.