Título: Ministros do TSE se queixam de novo prédio
Autor: Brígido, Carolina
Fonte: O Globo, 29/01/2012, O País, p. 19

Disposição do plenário dificulta diálogo entre os membros da Corte e torna mais formal relação com os advogados

lBRASÍLIA. Pouco mais de um mês após a inauguração do milionário prédio que abriga a nova sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), falhas conceituais do projeto começam vir à tona. Ministros da Corte têm reclamado especialmente da forma como o plenário foi concebido.Ao estilo americano, os sete ministros fi-cam dispostos em uma espécie debalcão virado para a plateia. A configuração não tem relação com a tradição brasileira, na qua los ministros se encaram para discutir os processos.

Nos Estados Unidos,a discussão ocorre nos bastidores e, ao fim, ov eredito é anunciado para o público, em plenário. No Bra-sil,o acordo é fruto da troca pública de ideias.Mas o projeto arquitetônico do plenário do novo TSE, assinado por Oscar Niemeyer, dificulta o diálogo entre os ministros durant ea sessão. —É estranho conversar com um colega e se virar todo para olhar para ele. Ou falar com alguém que está ao seu lado olhando para frente — comentou um dos integrantes do tribunal. Outra queixa é a distância entre a tribuna onde os advogados fazem a sustentação oral e a bancada dos juízes. O TSE é tradicionalmente uma Cort emais informal que as demais,onde é natural o diálogo direto entre advogados e ministros. Na sede antiga, a tribuna dos advogados ficava rente ao balcão dos ministros. Agora,são cinco metros de separação, o que deixa mais formal a relação. Outra peculiaridade do prédio: todas as luzes do novo TSE ficam ligadas 24 horas ao dia. A explicaçãodotribunal é que, neste mês de janeiro,é necessário que isso ocorra. São testes obrigatórios da parte de engenharia, para avaliar a carga da energia.