Título: Protesto contra a reintegração de Pinheirinho reúne 4 mil em SP
Autor: Farah, Tatiana
Fonte: O Globo, 03/02/2012, O País, p. 17

Em Brasília, 200 pessoas estiveram diante da sede do PSDB, partido de Alckmin

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP). Organizados por movimentos sociais e partidos, cerca de quatro mil manifestantes de diversos estados participaram ontem de um protesto contra a reintegração de posse da comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos, a 97 quilômetros de São Paulo. No dia 23 de janeiro, seis mil moradores foram despejados por ordem judicial do terreno, que faz parte da massa falida de uma empresa de Naji Nahas. Os movimentos sociais denunciaram violações aos direitos humanos na ação, e um grupo de entidades levou o caso à Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) e à Organização das Nações Unidas (ONU). Enquanto uma manifestação tomou as ruas do Centro de São José dos Campos, no mesmo horário, em Brasília, 200 pessoas protestaram diante da sede nacional do PSDB, partido do governador paulista, Geraldo Alckmin, reivindicando a abertura de negociações com o governo estadual para entregar o terreno aos sem-teto da cidade. Em São José, além de criticar o despejo, feito por dois mil homens da Polícia Militar, os movimentos sociais pressionaram o governo federal a fazer a desapropriação da área. "Dilma, não basta se indignar. É preciso desapropriar", dizia uma das faixas da manifestação, em referência à declaração da presidente de que o episódio havia sido uma "barbárie". — O governo federal foi mais do que lento nesse processo, foi omisso. O Ministério das Cidades é inoperante. Criticar a desocupação depois é bom, mas o governo chegou tarde— queixouse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que foi ao ato representando a Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Segundo ele, a Comissão vai investigar o caso para levantar as violações de direitos humanos: — Temos de fazer pressão por uma política habitacional no país. O Minha Casa Minha Vida precisa ter agilidade para solucionar problemas como esse. O governo federal afirmou que listou ontem lotes da Rede Ferroviária Federal e propriedades de empresas em débito com a União, que podem ser usados na reacomodação das famílias. n