Título: Estatal ainda não sabe volume de gás disponível para térmicas
Autor: Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 08/02/2012, Economia, p. 23

Gabrielli diz que não fará período de quarentena após deixar companhia

l SÃO PAULO e RIO. O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse ontem que a empresa levará até dois anos para saber o volume de gás que estará disponível às térmicas. Segundo ele, a empresa ainda avalia a quantidade de gás necessária para ser injetada na Bacia de Santos a fim de produzir petróleo. Só após esta informação, poderá calcular o gás para as térmicas. — Um dos elementos centrais é qual a quantidade de gás que vamos precisar injetar na Bacia de Santos para produzir petróleo. Essa é uma informação que não temos ainda, porque só vamos consegui-la após um tempo de produção contínua — disse Gabrielli. — E isso é determinante para decidir a disponibilidade no futuro. Vamos ter um horizonte de um ano e meio a dois anos de observação e análise de dados para saber. O presidente da Petrobras disse que se o atual ritmo se mantiver, a produção da empresa em 2012 vai superar a de 2011. Mas não quis estimar o quanto seria esse crescimento. Segundo ele, as metas da companhia serão anunciadas “no momento adequado”. Gabrielli não acredita que a empresa enfrentará um atraso na entrega de sondas de perfuração em alta profundidade, como ocorreu em 2011, quando apenas 11 das 13 sondas esperadas foram entregues: — Em 2020, vamos ter 65 sondas de perfuração em alta profundidade no Brasil. Gabrielli diz que acidente pode mudar procedimentos Gabrielli disse ainda que, após passar o cargo para Maria das Graças Foster no próximo dia 13, não pretende fazer qualquer período de quarentena. Ele disse que vai se apresentar já em março ao governador da Bahia, Jaques Wagner, para compor a sua equipe. Segundo ele, não é pratica da indúst ria do petróleo adotar quarentena. — Se eu estivesse indo para uma outra empresa provavelmente adotaria quarentena voluntariamente. Mas não é prática da indústria petróleo adotar quarentena — disse ele, que não quis adiantar qual cargo vai ocupar no governo da Bahia. Sobre o vazamento de petróleo no último dia 31no campo Carioca Nordeste, na Bacia de Santos, no litoral paulista, Gabrielli disse que a Petrobras ainda está apurando as causas e pode rever procedimentos técnicos. Mas reafirmou a importância de os sistemas de contenção da empresa terem funcionado, impedindo o descontrole do poço, e do rápido recolhimento do óleo que vazou. — Sempre é possível melhorar. A cada caso você tem que fazer uma análise, identificar as causas e tirar lições para melhorar o que está sendo feito.