Título: Áreas comerciais terão contratos revistos
Autor: Rosa, Bruno
Fonte: O Globo, 07/02/2012, Economia, p. 23

Valores podem ser elevados ou reduzidos, segundo a Infraero

SÃO PAULO E RIO. A partir de maio, quando passarem a administrar os aeroportos, as novas concessionárias poderão iniciar amplo processo de renegociação dos contratos das empresas que já funcionam nos terminais, como lanchonetes, lojas e até estacionamentos. Segundo o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, os contratos firmados pela estatal com essas empresas preveem renegociações antes do vencimento.

A Infraero tem cerca de cinco mil contratos com prestadores de serviços e lojistas nos terminais que administra, dos quais 400 vencem a cada ano. O que, no caso dos três terminais privatizados, pode facilitar as renegociações.

- É uma questão de discussão entre as partes, que vão negociar. O que não quer dizer que concessionários privados vão impor condições.

Segundo Vale, essas revisões podem ser tanto para aumentar os valores cobrados como para diminuí-los. Ele citou o caso de lanchonetes que hoje operam nos terminais um e dois de Guarulhos. Com a construção do terceiro terminal, até a Copa de 2014, pode-se concluir que o fluxo nos dois mais antigos caia, o que justificaria cobrar menos desses empreendimentos.

- O operador privado pode fazer o que quiser, mas cada caso será negociado segundo as condições dos contratos hoje existentes.

Uma nova fonte de renda dos concessionários privados dos três aeroportos leiloados ontem deve vir dos estacionamentos, hoje terceirizados porque a Infraero não pode operá-los. Hotéis e fornecimento de combustíveis também.

Sobre a relação com seus novos sócios nos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília, o presidente da Infraero fez questão de ressaltar que eles terão toda liberdade de administrar os terminais. A estatal, garantiu, não interferirá no dia a dia do negócio.

A Associação Nacional das Concessionárias de Aeroportos Brasileiros (Ancab), representante das empresas que atuam nos espaços comerciais, aprovou os leilões. Para o presidente da entidade, Humberto Mota, também presidente da Dufry do Brasil, as concessões são uma oportunidade de melhorias nas áreas comerciais. A expectativa é por menos burocracia. (Ronaldo D"Ercole e Vinícius Neder)