Título: Públicos também ampliaram atividades
Autor: Scofield Jr., Gilberto
Fonte: O Globo, 09/02/2012, Economia, p. 28

Banco do Brasil e Caixa adotam estratégia agressiva

SÃO PAULO. A estratégia mais agressiva dos bancos comerciais privados nos últimos anos também foi compartilhada pelos bancos públicos, especialmente o Banco do Brasil e a Caixa, que pelo menos desde meados da década, observam os economistas, vêm ampliando suas ações em atividades bancárias que vão bem além das suas tradições - o crédito agrícola e o financiamento às exportações, caso do BB, e o financiamento imobiliário e o crédito à microempresa, caso da Caixa.

- Os bancos públicos também se dedicaram a operações bancárias típicas de instituições privadas, como administração de recursos de terceiros, captação e aplicação em fundos de investimento e venda de outros produtos, como seguros. Mas tudo isso foi feito sem que eles perdessem de vista suas expertises nas áreas em que são tradicionais - afirma o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UERJ Luiz Fernando de Paula.

Para ampliar seus ativos, os bancos estatais também se meteram numa onda de fusões e aquisições que só fizeram reforçar seus ativos. Entre 2008 e 2009, o BB incorporou os bancos estaduais Besc e BEP, comprou o controle da Nova Caixa e uma fatia de 49% no Banco Votorantim. A Caixa, por sua vez, entrou na desastrada operação de compra de 49% do capital do Banco PanAmericano em 2009, um negócio que o banco estatal espera resgatar do limbo com a entrada no BTG Pactual no capital da instituição.

Contribuiu também para o avanço decisivo do Banco do Brasil rumo ao patamar de R$ 1 trilhão de ativos totais este ano a própria crise, lembram os economistas. Para que o mercado de crédito não fosse estrangulado por um excesso de cautela das instituições privadas, Banco do Brasil, Caixa e BNDES foram incentivados pelo governo a emprestarem, de forma a manter a economia aquecida. Os dois bancos estatais mantiveram também a estratégia de crescimento geográfico, abrindo centenas de agências pelo país, incluindo a Caixa, que já se beneficia do movimento das lotéricas. (Gilberto Scofield Jr.)