Título: Exército põe 14 mil de prontidão no Rio
Autor: Bottari, Elenilce
Fonte: O Globo, 10/02/2012, O País, p. 9

Militares ficarão à disposição por causa da greve de bombeiros e policiais; Força Nacional também será deslocada

Quatorze mil homens do Exército serão postos à disposição do governo do Estado do Rio com a decretação da greve por parte dos bombeiros. A decisão foi tomada ontem, antes do anúncio do movimento, durante reunião com o comandante militar do Leste, general Adriano Pereira Junior, da qual participaram os comandantes militares do estado. De acordo com o secretário de Defesa Civil e comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, com a paralisação, 300 homens da Força Nacional serão deslocados para o Rio de Janeiro para reforçar o atendimento de emergência. Simões informou que a corporação já conta com uma reserva de 700 bombeiros — formada por suboficiais e soldados que estão fazendo cursos de aperfeiçoamento — além de dois mil homens, deslocados dos serviços administrativos dos quartéis.— Os quartéis estão de prontidão e os serviços administrativos, suspensos. Todo o efetivo será deslocado para o atendimento à população. Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) já estão aguardando ordens para ir às ruas se for necessário. Até os policiais lotados nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) estão aquartelados e com equipe reforçada para atuar nas favelas ocupadas Segundo Simões, o estado não está preocupado com protestos, mas com a segurança: — Greve de bombeiros, para nós, é inaceitável porque é covardia, porque não são relações trabalhistas que estão em jogo, mas a vida de pessoas. Chegar rápido em um socorro é fundamental. O tempo ideal é em dez minutos. Acima disso, aumentam os riscos para as vítimas. Portanto, estamos aqui sempre dispostos a negociar. Mas querer negociar em cima de greve é leviano. É covardia e inaceitável — afirmou o secretário. Sobre o fato de que, por trás das campanhas salariais, estaria uma articulação nacional para pressionar a Câmara dos Deputados a aprovar, em segunda votação a PEC 300, Sérgio Simões afirmou ser a suposta atitude gravíssima: — Se estão manipulando uma corporação de bombeiros para uma greve por interesses políticos, então temos que repensar esta democracia. Ontem eu vi imagens de manifestantes na Bahia comemorando com um cartaz o cancelamento do carnaval da Bahia. A quem pode interessar isso? Serve a quê? — questionou o comandante. O secretário assegurou que o governo do estado está preparado para manter a segurança do Rio durante o carnaval, mesmo com a greve. De acordo com ele, a corporação conta com 16 mil homens, mas que diariamente cerca de1500 trabalham nas ruas do estado.