Título: Por 60 votos a um, Alerj aprova aumento para policiais e bombeiros
Autor: Damasceno, Natanael
Fonte: O Globo, 10/02/2012, O País, p. 4
Líder do governo Cabral diz que piso salarial chegará a R$ 3 mil em 2014
A Assembleia Legislativa do Rio aprovou, na manhã de ontem, por 60 votos a um, o projeto que trata do reajuste salarial das forças policiais do estado. O texto aprovado substituiu a mensagem do governador Sérgio Cabral enviada na semana passada oferecendo a antecipação do reajuste concedido em 2010. O texto, que havia recebido 79 emendas na última terçafeira, foi costurado ontem entre o governador, deputados da base governista e a cúpula da Segurança Pública do estado. Prevê a antecipação em duas parcelas — em fevereiro deste ano e em fevereiro de 2013 — do reajuste concedido pelas leis 5.767 e 5.768 de junho de 2010 para bombeiros, policiais civis e militares e para agentes penitenciários. Estabelece ainda um novo aumento em fevereiro de 2014, correspondente a duas vezes o índice de inflação do ano, uma gratificação de auxílio-transporte no valor de R$ 100 por mês; a garantia de que os militares não mais perderão gratificações de qualquer natureza, caso sejam afastados do serviço por licença médica decorrente de acidente no trabalho, além de um banco de horas extras.
Beltrame diz confiar no bom-senso de policiais
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, garantiu ontem que haverá segurança para o carnaval no Rio. Beltrame disse que confia no bomsenso dos policiais e lembrou que, em oito anos serão concedidos, segundo ele, 120% de aumento salarial para a categoria. Ao ser perguntado se o carnaval está garantido, Beltrame foi claro: — Está garantido. Está garantido . O secretário afirmou que qualquer problema na área de segurança no Rio será resolvido com diálogo. — Confio no bom-senso dos policiais. O que está sendo dado a eles é, sem dúvida nenhuma, um reconhecimento do que esses policiais vêm fazendo pelo Rio. É uma demonstração clara que além de dar o que se dá, recupera-se efetivamente (as perdas salariais) — declarou o secretário. O governador Sérgio Cabral também disse confiar nos policiais: — Tenho certeza que os profissionais de segurança não vão aderir a essa manifestação de radicalismo, de greve, porque a greve não tem nada a ver com a função de pública de um policial civil, de um policial militar ou de um bombeiro. Para o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), um dos autores das emendas apresentadas ao texto origi nal, a nova oferta do governo é melhor que a anterior, mas não atende a tudo o que pede a categoria. Ele afirmou ainda que a proposta deveria ter sido feita aos bombeiros, agentes penitenciários e policiais civis e militares antes de ser debatida na Assembleia Legislativa: — A proposta podia distensionar a situação se fosse debatida com as categorias antes de ser apresentada aqui. O problema do governo não é aqui no parlamento. Quando o governador faz esse movimento, mostra que está se preocupando mais com sua imagem do que com qualquer outra coisa. Ele aprova a proposta, mas desqualifica e criminaliza o movimento. O deputado estadual Luiz Paulo Correia da Rocha (PSDB), outro que apresentou emendas ao projeto original, afirmou que o substitutivo é melhor que o texto apresentado anteriormente. Mas negou que o piso salarial das forças de segurança alcance R$ 3 mil em 2014, conforme afirmou ontem o líder do governo na assembleia, André Correa (PSD): — E uma questão matemática e os números não mentem. Se o piso chegar a R$ 2.100 em fevereiro de 2013, e for reajustado pelo dobro da inflação, chega a um valor próximo a R$ 2.500. Mesmo assim, o líder do governo afirmou que a proposta é a melhor que o governador Sérgio Cabral pode oferecer às forças de segurança neste momento. — Este é o maior reajuste já dado aos profissionais da segurança pública no estado. E ainda estamos acenando com a possibilidade de atender às reivindicações dos servidores do Degase, (departamento Geral de Ações Socioeducativas) que estão fora desta negociação e que foram tema de varias emendas, ainda no primeiro semestre. Volto a dizer que nós confiamos no espírito público e na responsabilidade dos servidores da segurança pública do estado — afirmou André Correa.