Título: Base onde príncipe treina é como uma pequena cidade
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Fonte: O Globo, 11/02/2012, O Mundo, p. 37

Mount Pleasant tem mais de 2 mil moradores e investimento anual de US$ 150 milhões

MOUNT PLEASANT, Malvinas. O complexo militar de Mount Pleasant, inaugurado nas Malvinas em 1985, três anos após a guerra entre o Reino Unido e a Argentina, é como uma cidade. Na base, vivem mais de 2 mil pessoas, entre elas 1.500 militares. A população total das Malvinas, excluindo a base, é de pouco mais de 3 mil pessoas.

O mais famoso morador atual de Mount Pleasant é o príncipe William, segundo na linha de sucessão ao trono britânico. Ele chegou à base há uma semana para treinamento de um mês e meio como piloto de helicópteros de resgate. Desde então, o comandante das Forças Britânicas nas ilhas, Bill Aldridge, restringiu o acesso de jornalistas à base e suspendeu entrevistas. Na última vez que falou, ao jornal local "Penguin News", confirmou que o Reino Unido reforçará a segurança do arquipélago às vésperas do 30º aniversário da guerra.

A base, localizada a 700 quilômetros da costa da província argentina de Santa Cruz, conta com dois navios de guerra: o HMS Clyde e o HMS Montrose. Este último será substituído no fim do mês que vem pelo ultramoderno HMS Dauntless. A base possui um avião Hércules C130 que viaja a Londres duas vezes por semana, um outro avião de quatro hélices, dois helicópteros Sea King, quatro aviões de caça Tornado e um para o transporte de combustível.

A fortaleza se completa com mais 30 baterias terra-ar fixas de mísseis Rapier, os mesmos usados em 1982, que têm um alcance de até oito quilômetros. Conta ainda com 52 blindados e seis caminhões.

Entre os 1.500 militares de Mount Pleasant, há uma companhia de infantaria de 120 homens que se renova a cada quatro meses. A maioria dos soldados britânicos vem à base fazer treinamentos de combate.

Mas nem tudo é trabalho na base. Num grupo de casas pré-fabricadas vivem cerca de 500 civis, ao lado do Music Club, onde os militares podem assistir a shows da banda da ilha. Também há um complexo de entretenimento com cinema e bares, um campo de futebol e outro de rúgbi.

A base custa anualmente ao governo britânico mais de US$ 150 milhões, cifra próxima ao PIB de US$ 165 milhões das Malvinas.

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