Título: As denúncias contra o desembargador
Autor: Brígido, Carolina
Fonte: O Globo, 15/02/2012, O País, p. 9

Em 8 de novembro de 2009, O GLOBO publicou a primeira de uma série de reportagens denunciando a relação do então corregedor do TJ do Rio e ex-presidente do TRE, Roberto Wider, com o lobista Eduardo Raschkovsky — acusado de vender sentenças judiciais a políticos e cobrar propina de tabeliães, além de ser sócio de doleiros investigados e dono de empresa rastreada pelo Coaf. O então corregedor-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Gilson Dipp, abriu procedimento administrativo. O GLOBO mostrou que o 15, Ofício de Notas passou a sofrer correição extraordinária após suspender pagamento que fazia ao escritório L.Montenegro, administrado por Raschkovsky. Em março de 2009, Wider nomeou, sem concurso, dois advogados do L.Montenegro como oficiais de cartórios no Rio de Janeiro. Wider pediu licença da Corregedoria. Em novembro, a Assembleia Legislativa do Rio criou uma CPI. Por votação unânime do CNJ, em janeiro de 2010, Wider foi afastado da Corregedoria. Em dezembro, o relatório da CPI concluiu ser "patente" a influência do lobista Raschokovsky sobre Roberto Wider. Um funcionário do tribunal teria, segundo a polícia, falsificado e-mails em nome do jornalista do GLOBO que fez as reportagens.