Título: Entenda o caso
Autor: Damé, Luiza; Beck, Martha
Fonte: O Globo, 14/02/2012, O País, p. 3

Reportagens do GLOBO, publicadas a partir de 4 de dezembro passado, mostraram que o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, faturou pelo menos R$ 2 milhões entre 2009 e 2010, período entre sua saída da prefeitura de Belo Horizonte e a chegada ao governo Dilma, por meio de empresa registrada em seu nome, a P21 Consultoria e Projetos. Esse valor teria sido pago por quatro clientes. A maior fatia (R$ 1 milhão) foi recebida da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a título de "consultoria econômica e em sustentabilidade" para o então presidente da entidade, Robson Andrade, e o atual, Olavo Machado. Para justificar o pagamento, Andrade informou que Pimentel realizou uma série de palestras, mas O GLOBO apurou que as palestras nunca ocorreram. A construtora Convap pagou R$ 514 mil a Pimentel, e meses depois ganhou duas licitações de R$ 95,3 milhões na prefeitura de BH. A QA Consulting, empresa dos filhos de seu sócio na P21, Otílio Prado, pagou R$ 400 mil. Parte do pagamento foi realizado dois dias depois de a QA receber R$ 230 mil por supostos serviços prestados para HAP Engenharia, cujo dono divide com Pimentel o banco dos réus em ação do Ministério Público por suspeita de superfaturamento em obras. Sócios de uma empresa que pagou R$ 130 mil, a ETA Bebidas do Nordeste, negaram ter condições de pagar pela consultoria. Depois da denúncia, um dos sócios disse ter feito a contratação. Desde que as atividades da P21 vieram à tona, o ministro apresenta apenas notas fiscais.