Título: Brasil recebe US$ 3,8 bi em recursos estrangeiros em apenas uma semana
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Fonte: O Globo, 16/02/2012, Economia, p. 28

Ontem dólar comercial subiu 0,12%, para R$ 1,723. Bolsa avançou 0,51%

BRASÍLIA. Está ainda mais intenso o fluxo de dólares que entra no Brasil. Segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), o país recebeu US$ 3,8 bilhões só na semana passada, já descontadas as saídas tanto do mercado financeiro quanto os pagamentos das importações feitas por empresas brasileiras. Ontem, o dólar comercial teve alta de 0,12%, a R$ 1,723.

Nos dez primeiros dias úteis deste mês, o fluxo cambial foi de US$ 7,6 bilhões, US$ 339 milhões a mais do que ingressou em janeiro inteiro. Fontes da equipe econômica garantem que não se trata de capital especulativo, mas investimentos estrangeiros diretos.

- Os dois dias em que entraram mais de US$ 3 bilhões no mercado financeiro brasileiro, em fevereiro, foram os que o BC fez leilões a termo - disse o economista da BGC/Liquidez, Alfredo Barbutti. - Não sabemos se o BC enxugou todos os dólares do mercado - argumentou Barbutti, destacando que, apenas na próxima quinta-feira, quando o BC divulgará dados de fluxo e caixa dos bancos, será possível entender sua estratégia.

Pelos dados de ontem, o saldo das operações de comércio exterior minguou para US$ 150 milhões. O que realmente pesou na conta foi a entrada de US$ 3,7 bilhões pelo mercado financeiro apenas na quarta-feira, dia 8. No mês, as exportações renderam ao país um superávit de US$ 284 milhões.

Até agora, nos dois primeiros meses do ano, o país recebeu US$ 14,9 bilhões. É menos que o fluxo cambial do primeiro bimestre de 2011, quando o país registrou a entrada de US$ 17,4 bilhões, levando o governo a tomar medidas para conter as entradas.

A leve alta do dólar ontem seguiu o movimento externo. A divisa americana valorizou-se no fim dos pregões, com o pessimismo em relação à situação da Grécia prevalecendo.

Ibovespa resiste a quedas nos EUA e sobe 0,51%

No entanto, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) resistiu ao pessimismo e o Ibovespa, índice de referência nacional, avançou 0,51%, aos 65.368 pontos.

Em Nova York, caíram os índices Dow Jones (0,76%), S&P 500 (0,54%) e Nasdaq (0,55%). Na Europa, Paris e Frankfurt subiram os mesmos 0,44%. Milão avançou 0,41%. Já Londres e Madri recuaram 0,13% e 0,35%, respectivamente.

Por aqui, a subiram as ações ordinárias (ON, com voto) das construtoras Cyrela (5,05%, a R$ 18,09) e Rossi (4,57%, a R$ 10,76). A maior alta do Ibovespa foi Hypermarcas ON (5,71%, a R$ 12,95). Na contramão do mercado, caíram as ações mais negociadas, da Petrobras e da Vale.