Título: Casal Garotinho é denunciado por improbidade
Autor: Remígio, Marcelo
Fonte: O Globo, 17/02/2012, O País, p. 4

Ação foi proposta pelo MPF, que investiga desvio de verbas

Os ex-governadores do Rio Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho responderão a mais uma ação civil pública por improbidade administrativa, desta vez proposta pelo Ministério Público Federal (MPF). O casal é acusado de integrar, com outras 17 pessoas, um esquema de desvio de verbas federais em favor de suas campanhas eleitorais. A sangria acontecia por meio de ONGs, contratadas, segundo o MPF, de modo fraudulento. Em março de 2010, o MP Estadual denunciou o casal por improbidade em ação semelhante. Quatro anos antes, O GLOBO mostrou como funcionaria o esquema de desvios.

Segundo o MPF, o esquema envolvia a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), a Fundação Escola de Serviço Público (Fesp), instituição estadual, e a ONG Instituto Nacional para Aperfeiçoamento da Administração Pública (Inaap). Em janeiro de 2004, quando Rosinha era governadora, a CPRM contratou emergencialmente a Fesp por R$ 780 mil para recrutar e treinar pessoal. A fundação, por sua vez, subcontratou, sem licitação, o Inaap por R$ 757 mil. A Fesp e o Inaap seriam braços para fraudes nos governos Garotinho.

- O serviço, pago, não foi executado. Notas de empenho não foram apresentadas - disse o procurador Edson Abdon, ao citar que a subcontratação é ilegal.

O MPF diz ainda que o presidente do Inaap à época, Nildo Jorge Nogueira, doou por uma de suas empresas R$ 200 mil à campanha de Garotinho à Presidência. Procurado em seu gabinete, Garotinho (PR), deputado federal, não foi encontrado. Rosinha (PR), prefeita de Campos, não retornou o contato. Eles podem ficar dez anos inelegíveis.