Título: China pode dobrar exportações de minerais raros após queda de preços
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Fonte: O Globo, 27/02/2012, Economia, p. 21
País tem 90% da produção global de matéria-prima para indústria de alta tecnologia
XANGAI. Maior fornecedora mundial de terras-raras, a China poderá dobrar suas exportações neste ano, atingindo as metas definidas pelo governo, por causa da queda nas cotações. As terras-raras são minerais usados na indústria de alta tecnologia, como nas hélices de helicópteros, em carros elétricos e em eletroeletrônicos. A China responde por pelo menos 90% da produção mundial.
Em 2011, até novembro, as exportações chinesas de terras-raras ficaram em 49% da cota estabelecida pelo governo, pois a desaceleração do crescimento econômico global no segundo semestre arrefeceu a demanda, segundo uma nota do Ministério do Comércio da China, de 27 de dezembro. Para este ano, a cota de exportações deverá manter-se em 31 mil toneladas métricas.
- As cotas de exportação podem ser atingidas este ano, com a demanda externa se recuperando - disse Wang Caifeng, ex-assessora para terras-raras do Ministério da Indústria e de Tecnologia da Informação. - Os altos preços do ano passado seguraram as compras.
Desde o terceiro trimestre, porém, as cotações de terras-raras caíram. O preço médio do óxido de lantânio - usado em baterias recarregáveis -, por exemplo, caiu 15% do terceiro para o quarto trimestre do ano passado, segundo dados da consultoria Shanghai Steelhome Information.
A China vem reduzindo produção e exportações de terras-raras desde 2009, quando as cotas foram definidas em 51 mil toneladas. O controle elevou cotações e espalhou preocupações entre os grandes consumidores em relação ao acesso à matéria-prima. Mas, com a crise, as cotações arrefeceram.
A China fechou algumas minas no ano passado, de olho também na extração ilegal. Em 2011, foram autorizadas exportações para nove empresas. Outras 17 mineradoras esperam por autorizações.
Paralelamente, o governo chinês tem incentivado companhias do país a explorarem terras-raras em outros países. (Da Bloomberg News)