Título: Estados do Sul tiveram melhores notas, e Tocantins se destacou
Autor: Souza, André de
Fonte: O Globo, 02/03/2012, O País, p. 4

Na parte inferior do ranking, Pará, Rondônia e Rio foram os únicos abaixo de 5

SAÚDE PÚBLICA

BRASÍLIA. Os três estados do Sul tiveram as melhores notas no Índice de Desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (IDSUS). A saúde pública em Santa Catarina obteve nota 6,29, seguida pelo Paraná, 6,23, e Rio Grande do Sul, 5,9. No outro extremo da tabela está o Pará, que obteve nota 4,17, abaixo de Rondônia, 4,49, e do Rio de Janeiro, 4,58. Os três estados são os únicos com nota abaixo de cinco, numa escala de zero a dez.

Na parte de cima do índice, um dos destaques é a sexta colocação do Tocantins, o estado mais bem colocado do Norte e Nordeste, com nota 5,78. Ficou atrás apenas dos estados do Sul, de Minas Gerais, e do Espírito Santo. Está à frente, inclusive, do estado mais rico do Brasil, São Paulo, que teve nota 5,77.

- Uma variável importante do Tocantins é que os servidores da Secretaria de Saúde são os mesmos há muitos anos - avaliou o diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS, Paulo de Tarso Ribeiro de Oliveira, segundo o qual isso permite aos servidores se especializarem no tema, melhorando a gestão.

Na parte de baixo, além do Rio de Janeiro, chama a atenção o Distrito Federal, com nota 5,09, a oitava pior do país. Além dos recursos próprios de que dispõe, o DF conta com recursos do Fundo Constitucional, bancado pela União, para gastar com Saúde, Educação e Segurança Pública. Mas, mesmo assim, ficou atrás, por exemplo, de Maranhão (nota 5,2), do Piauí (5,34) e de Alagoas (5,43), alguns dos estados com piores indicadores de desenvolvimento humano no Brasil. Entre os municípios mais importantes do país, Brasília tem a quarta pior nota, à frente apenas de Maceió (5,04), Belém (5,47) e Rio de Janeiro (4,33).

Entre as capitais, o Sul também está entre as melhores notas, mas a primeira colocação coube a Vitória, com um IDSUS igual a 7,08. Em seguida, vêm Curitiba (nota 6,96), Florianópolis (6,67), e Porto Alegre (6,51). Por região, a nota foi 6,12 no Sul, 5,56 no Sudeste, 5,28 no Nordeste, 5,26 no Centro-Oeste, e 4,67 no Norte.

Paulo de Tarso destaca que, em alguns casos, há dinheiro disponível no Ministério da Saúde, mas os municípios e estados não sabem como obtê-lo.

- Precisamos de dinheiro sim, mas precisamos gastar melhor. Muitas vezes o estado e o município não sabem captar recursos disponíveis no Ministério da Saúde - avaliou.