Título: Meta menor de PIB chinês derruba bolsas
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Fonte: O Globo, 06/03/2012, Economia, p. 22
Ibovespa cai 1,21% com perspectiva de menos crescimento. Dólar sobe
A redução da meta de crescimento econômico na China, anunciada domingo à noite, pesou sobre os mercados globais ontem. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o Ibovespa, índice de referência nacional, recuou 1,21%, a 66.964 pontos, com as ações de empresas produtoras de matérias-primas puxando o mercado para baixo. O dólar comercial subiu 0,29%, a R$ 1,737, seguindo o cenário externo e com mais uma operação de compra do Banco Central (BC).
O acelerado crescimento da China puxa a economia global e as cotações de matérias-primas internacionais (commodities). No domingo, porém, o governo chinês fixou a meta de crescer "só" 7,5% em 2012 - no ano passado, a China avançou 9,2%. Isso traz perspectiva de queda nas cotações das commodities.
O Brasil é um grande produtor desses insumos, e as ações de empresas que os produzem (mineradoras, petroleiras e siderúrgicas) têm grande peso na Bolsa. Esses papéis lideraram as perdas ontem. MMX Mineração ON (ordinária, com voto) caiu 4,11%, a R$ 9,56, maior queda do Ibovespa. Também recuaram as preferenciais (PN, sem voto) da Vale (2,91%, a R$ 42,04) e da Petrobras PN (2,81%, a R$ 24,59).
- O arrefecimento da economia na China estava dado, mas investidores encontram no anúncio motivo para embolsar lucros - diz William Castro Alves, analista da XP Investimentos.
Com a perspectiva de menos crescimento na economia global, as bolsas caíram mundo afora. Na Europa, recuaram Londres (0,61%), Paris (0,39%) e Frankfurt (0,79%). Nos EUA, caíram o Dow Jones (0,11%), o S&P 500 (0,39%) e o Nasdaq (0,86%). Além disso, a crise da Grécia voltou a pesar nos mercados. Na próxima quinta-feira, termina o prazo para os credores privados aceitarem ou não a reestruturação da dívida.
No câmbio, o dia foi de alta do dólar nos países emergentes. Na Alemanha, a presidente Dilma Rousseff disse que o governo ainda estuda medidas para conter a desvalorização do dólar, provocando cautela entre investidores. A moeda americana acumula recuo de 7,06% no ano.