Título: Ensino ruim não permite formar técnicos
Autor: Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 11/03/2012, Economia, p. 35
Firjan aumentou em 30 mil o número de vagas para cursos no Rio de Janeiro
A baixa qualidade do ensino básico brasileiro está sendo um dos principais entraves para a qualificação de pessoal para trabalhar na indústria naval. O alerta vem do diretor de Relação com o Mercado da Firjan, Alexandre dos Reis. Ele diz que grande parte dos candidatos não consegue ser aprovada nas provas para obter uma vaga em um dos inúmeros cursos oferecidos pelas empresas:
- Quando se fala em apagão de mão de obra, isso é consequência, não é a causa. O nível da formação básica é ruim e não permite a formação de técnicos.
A falta de qualidade do ensino básico foi um dos problemas enfrentados pelo Estaleiro Atlântico Sul, lembra Reis. Segundo ele, além do curto prazo para a formação de tantos profissionais, a dificuldade é maior pela baixa escolaridade dos candidatos aos cursos. Ariovaldo Rocha, presidente do Sinaval, sindicato do setor, também diz que a capacitação de pessoal especializado é um gargalo para atender às novas demandas da Petrobras.
- O maior gargalo é ter mão de obra capacitada nesse período. Com a vinda das novas sondas já licitadas, vamos precisar entre 20 mil a 25 mil pessoas, no mínimo, para entrar no mercado de trabalho. Em 2013, é preciso todo mundo estar treinado e capacitado.
Além dos estaleiros, que desenvolvem cursos de formação, a Firjan vem investindo nos últimos três anos cerca de R$ 90 milhões na construção de centros de ensino profissional em várias regiões do Estado do Rio de Janeiro. A Firjan acaba de inaugurar, por exemplo, em Niterói um centro de Treinamento para o setor naval, ao qual destinou R$ 8 milhões, operado pelo Senai. Em 2011, 200 mil fizeram os cursos profissionalizantes. Para 2012, serão serão 230 mil vagas em cursos, muitos gratuitos.
O Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), do governo federal, terá 11.671 vagas em 14 estados neste ano. (Ramona Ordoñez e Bruno Rosa)