Título: Nos bairros, ruas sem calçamento e rede de esgoto
Autor: Bruno, Cássio; Kirilos, Pedro
Fonte: O Globo, 18/03/2012, O País/ Editoria, p. 10

Sem poder receber dinheiro do governo federal, Carapebus caminha com o pires na mão. Os últimos convênios firmados com o governo do estado, de R$ 7 milhões, são de maio de 2010. Segundo dados do IBGE, 52,7% dos domicílios no município não têm saneamento básico adequado para a população. Além disso, a cidade tem 8,5% de analfabetos com 15 anos ou mais.

Moradora do bairro Lameira, a aposentada Celina Arcanjo da Silva, de 63 anos, conta que o local onde mora não tem esgoto tratado. A coleta de lixo é feita uma vez por semana. A rua, sem asfalto, vira lama nos dias de chuva.

- Não acho bom viver assim. Mas eu vou fazer o quê? É o lugar que a gente tem condições de morar. Eles (os políticos) só olham para os pobres quando querem voto - ressalta a aposentada.

Atendimento médico em municípios vizinhos

O retrato do abandono é bem parecido no bairro Alto do Caxamba. A dona de casa Dilce Pacheco, de 52 anos, também reclama da falta de médicos nos postos de saúde do município. Carapebus não tem um hospital público de alta complexidade. Em caso de emergência, segundo Dilce, os moradores são obrigados a ir para Macaé ou Campos em busca de atendimento.

- A nossa rua é cheia de buracos, sem asfalto. Não temos água, nem esgoto. Também não temos um transporte decente - diz Dilce em frente à residência onde mora. (Cássio Bruno)