Título: Indústria faz um apelo para que se evite o julgamento precipitado
Autor: Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 22/03/2012, Economia, p. 24

Para presidente do IBP, exageros podem ter repercussão negativa no exterior

Ramona Ordoñez

Bruno Rosa

OS RISCOS DO PETRÓLEO

O Brasil deve evitar julgamentos precipitados, com interpretações antes dos dados técnicos em relação aos problemas de vazamento de petróleo no Campo de Frade, operado pela americana Chevron. A opinião é do presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), João Carlos França de Luca, que esteve ontem na posse de Magda Chambriar na diretoria-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

- Todos estão sujeitos à legislação em igualdade, agora eventuais conclusões precipitadas sem uma base técnica é algo que condenamos. É preciso esperar os relatórios técnicos da agência - destacou.

Segundo executivo, todas essas notícias que circulam sobre o vazamento da Chevron, sem se saber ainda as causas que provocaram o acidente, poderá ter uma repercussão negativa da imagem do Brasil no exterior.

- Sempre preocupa porque pode-se passar a impressão de estar tendo uma atuação fora do que a legislação permite. Todas as empresas, sejam a Petrobras, uma outra nacional ou estrangeira, estão sujeitas à legislação. Mas vamos aplicar a lei com cautela e não vamos fazer muita especulação em fatos que são muito complicados - destacou De Luca.

O executivo explicou que para aumentar a eficiência e a resposta mais rápida a eventuais acidentes na exploração de petróleo no mar, o IBP está trabalhando para integração dos planos de emergência de cada empresa petrolífera. O executivo disse que isso permitirá ter um controle do que existe e facilitar o uso dos equipamentos disponíveis com maior rapidez em caso de acidente.

De Luca lembrou que desde o acidente da BP no Campo de Macondo, no Golfo do México, foi criada a OGP, uma associação mundial das empresas produtoras de petróleo e gás. Elas estão desenvolvendo novos equipamentos, metodologias e processos operacionais com o objetivo de aumentar a segurança nas operações. A OGP está investindo US$ 2 bilhões na construção de quatro equipamentos novos que ficarão em várias partes do mundo, para serem usados em casos de emergência.