Título: Bolsa cai na pior semana do ano
Autor: Doca, Geralda
Fonte: O Globo, 24/03/2012, Economia, p. 31

RIO e SÃO PAULO. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou ontem sua pior semana desde dezembro: com sinais de desaceleração no crescimento da economia da China, o índice teve queda semanal de 2,77%. No dia, o principal índice da Bolsa, o Ibovespa, fechou com ligeira queda de 0,02%, aos 65.812 pontos. Já o dólar comercial caiu 0,66%, a R$1,81, apesar de mais um leilão de compra do Banco Central (BC).

A semana foi de queda nas bolsas de todo o mundo, embora ontem os pregões tenham sido mais tranquilos. Em Nova York, o Índice Dow Jones subiu 0,27%, o S&P 500, 0,31% e o Nasdaq, 0,15%. Na Europa, as valorizações também foram modestas em Londres (0,16%), Paris (0,11%) e Frankfurt (0,21%).

Por aqui, as ações da OGX Petróleo pesaram ontem: após a empresa anunciar prejuízo, o papel recuou 4,53%, a R$16,22. Entre as mais negociadas, Vale PNA (preferencial, sem voto) caiu 0,22%, a R$40,51, e Petrobras PN perdeu 0,42%, a R$23,70.

- Talvez a desaceleração do crescimento chinês não estivesse totalmente incorporada nas cotações - opinou Felipe Casotti, gestor da Máxima Asset Management.

No câmbio, o dólar teve a quarta alta semanal seguida, com 0,39%. No mês, o avanço acumulado é de 5,23%, mas o governo não parece satisfeito.

Mesmo ressaltando que o governo não tem uma meta para o câmbio, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou ontem que o patamar atual, em torno de R$1,80, ainda não é o ideal, embora seja melhor do que se viu recentemente, graças às medidas do governo.

- Ela (a atual taxa) diminui a perda de competitividade da indústria brasileira, mas ainda é uma taxa apreciada - disse Barbosa, durante seminário em São Paulo.

Barbosa não revelou qual seria o patamar adequado para o governo, mas reafirmou que o câmbio flutuante é a melhor política para lidar com a forte volatilidade da moeda e, assim, proteger a economia nacional - embora não possa prescindir, de forma complementar, do acúmulo de reservas e de controle de fluxo de capitais. (Vinicius Neder e Ronaldo D"Ercole)