Título: No Senado, parceria entre PT e PSDB
Autor: Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 28/03/2012, O País, p. 4

Acordo permite aprovação de fundo do servidor em comissão da Casa

BRASÍLIA. O primeiro sinal de entendimento para a retomada das votações no Congresso ocorreu ontem de manhã no Senado, quando, em parceria inédita de senadores do PT e do PSDB, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou o projeto que cria o Regime de Previdência Complementar do Servidor Público da União e seus fundos de pensão (Funpresp). E o governo quer dar uma demonstração de força e concluir ainda hoje a votação do fundo no Senado: aprovar a proposta, pela manhã, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e, à tarde, votar no plenário.

Para conter resistências, em especial do senador Roberto Requião (PMDB-PR), o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, se reuniu ontem à tarde com a bancada do PMDB. O temor é que algum pedido de vista possa postegar o plano do governo de, no mínimo, liquidar hoje a etapa das comissões temáticas.

Depois do encontro com Garibaldi, o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-MA), confirmou a estratégia.

- Se Deus quiser, vamos votar quarta-feira (hoje) à tarde no plenário. Mas, primeiro, temos que votar na CAS e na CCJ - disse Braga.

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, também apostou na aprovação final esta semana.

- Acredito que temos grande possibilidade de, por acordo, levar (o Funpresp) ao plenário do Senado esta semana. Se não, vamos fazê-lo no início da semana que vem - disse Ideli, no início da tarde.

Disfarçada de "emenda de redação", o relator José Pimentel (PT-CE) fez apenas uma pequena mudança no texto aprovado pela Câmara: dividiu em dois o parágrafo que exige parecer do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre a criação e fiscalização do Fundo do Judiciário. O texto original permitia um único parecer, mas o STF não quer precisar do aval do CNJ; por isso, pedirá o veto à exigência da manifestação do CNJ. (Cristiane Jungblut)