Título: Oposição critica Toffoli
Autor: Torres, Izabelle
Fonte: Correio Braziliense, 18/09/2009, Política, p. 2

A confirmação de que o advogado-geral da União, Antonio Dias Toffoli, é o nome escolhido pelo presidente Lula para a vaga do ministro Menezes Direito no Supremo Tribunal Federal (STF) movimentou as negociações de bastidores no Congresso. A oposição no Senado já ensaia uma reação durante a sabatina do indicado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e alguns governistas admitem as resistências ao nome de Toffoli.

Os argumentos dos que criticam a indicação se limitam principalmente a dois aspectos: a ligação do atual advogado-geral com o PT e o currículo escasso de aprovações em concursos públicos. ¿É preciso evitar a invasão da política partidária na mais alta Corte do país. Creio que dessa vez a sabatina será realmente de questionamentos. Diferentemente do que acontecia antes, quando o presidente indicava por mérito e saber jurídico¿, cometa o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

A indicação feita por Lula também foi criticada por alguns ministros do STF. Reservadamente, dois deles admitem que a pouca experiência e os 41 anos de idade não qualificam o advogado para uma das cadeiras da Corte. Em defesa de Toffoli, o ministro Gilmar Mendes disse que acredita na qualificação do indicado de Lula. ¿Ele é uma pessoa qualificada, que tem um bom diálogo no tribunal e vem desenvolvendo um bom trabalho na Advocacia-Geral da União¿, disse.

A indicação do presidente chegou ontem ao Senado. Caberá a Francisco Dornelles (PP-RJ) elaborar relatório sobre a escolha feita por Lula e apresentá-lo à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se a indicação for aprovada, Toffoli será sabatinado pelos senadores.

DISPUTA Toffoli se formou em Direito em 1990 e cinco anos depois começou a trabalhar como assessor do PT. Em 2003, foi nomeado subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil e em 2007 assumiu o comando da AGU. Quem assume a cadeira de Toffoli é o advogado-geral substituto, Evandro Gama. Outros dois disputam o cargo: Luís Inácio Adams, procurador-geral da Fazenda, e Francisco José Siqueira, procurador-geral do Banco Central, nome defendido por Henrique Meirelles.